Estamos em Maio. A praia, a escassos dois quilómetros de minha casa, neste dia ensolarado, pode ser destino convidativo…

Mas há muita gente a pensar o mesmo, circunstância que confirmo de imediato, e que me arrefece o entusiasmo. Estaciono o meu carro a uns quinhentos metros, onde não há problemas de estacionamento, pois o luso-descendente aprecia sobremaneira levar o seu popó até ao areal, e disponho-me a um passeio a pé, só para ver as vistas. A tiracolo, a minha acompanhante diária, sempre à espreita do momento.

A escassos cem metros da praia, num terreno ainda há um ano esventrado por retro-escavadoras, pisoteado por milhentos carros, e atapetado de gravilha, na melhor tradição do pato-bravo portuga, para arremedos de estacionamento, a Mãe Natureza surpreende-me:

– numa explosão de cor e de vitalidade, numa mão cheia de metros quadrados que não chegam para um campo de futebol, ergueu-se uma catedral à Vida.

Aqui partilho convosco algumas delícias campestres. Ainda bem que as plantas não carecem de burocratices para exercerem o seu inalienável direito à existência – e subvertem o dia com o seu esplendor.

Um exemplo a reter…

(Entretanto uma actualização do Google varreu as imagens para o espaço sideral… O autor lamenta a falta de pré-aviso, mas o certo é que não tem as imagens para partilhar, como acima se anuncia…)