– janela do planalto –
(de Jorge Castro, acrílico sobre tela)

Um destes dias, sem saber muito bem como nem porquê – ou sabendo, mas considerando que impulsos destes, agarrados a explicações mas ou menos esotéricas, perturbam o bom andamento da vida – dei por mim a olhar para uma tela vazia e a pensar, com os meus botões, que ela assim não fazia sentido nenhum…
Porque amanhã já é tarde, ontem passou a correr e hoje é que se está com a mão na massa – ou nas tintas, se quiserem – dei por mim, em terapia ocupacional, a preencher essa tela com pinceladas que me fizessem sentido.
Como em tudo na vida, não me levarei demasiado a sério, mas empenhar-me-ei na obra a realizar e, com o despudor e desplante que essa mesma vida nos traz, aqui, nesta espécie de diário de bordo de uma viagem com encanto mas sem destino, a partilharei convosco.