Nenhum fotógrafo português – pelo menos nenhum daqueles para quem esta associação dos dois termos signifique alguma coisa – devia deixar-se finar sem visitar a casa de Carlos Relvas, na Golegã.
O mesmo vale para todos aqueles para quem a arte fotográfica, longe de ser «arte menor», significa uma espantosa e infinitamente diversificada janela aberta para a comunhão entre os homens.
Aproveitem, pois, se quiserem aceitar a minha sugestão. A reconstrução do edifício – um templo que o seu primeiro proprietário criou, de raíz, dedicado à fotografia – cuidadosamente levada a cabo pela autarquia da Golegã é um exemplo maior da preservação do passado, apontando caminhos do futuro.
Da obra de Carlos Relvas, de uma intensidade que comove, direi apenas que um simples retrato seu, contemplado com atenção e cuidado, captado que foi todo o rigor fisionómico da personagem retratada, pode inspirar, por si só, uma novela. Só visto!


Depois, por Samora Correia, um Carnaval possível. A pernoca lusitana ansiando, talvez, pela esbeltez que os meios de comunicação mostram de outras paragens. Mas, ainda assim, vindo a terreiro.
Algum recato no que se desvenda, vá lá saber-se se por pudor ou contenção. Mas, ainda assim, com ousadia teimosa.
Podemos desvendar-lhe a aculturação, mas não podemos deixar de admirar a perseverança.
Deste Carnaval senti-lhe a falta de crítica social, tão portuguesa. Talvez pudores que transcendam a pernoca. Mas, ainda assim, a afirmação de estarmos cá e estarmos vivos.
Na verdade, um Carnaval possível…