Nesta universal angústia com a crise, há hipocrisias que deslumbram.
Vem isto a propósito dos recentes comentários desfavoráveis, por parte do presidente da Associação Empresarial de Portugal, José António Barros, a propósito dos anunciados aumentos de 2,9% para a Função Pública.
Esta gente, que sempre seguiu a «lógica» dos aumentos pelintras na Função Pública, utilizando-os como indicadores para as suas sacrossantas acividades privadas, sem que para tal se percebesse lógica ou razoabilidade, ostentam agora estas lágrimas de crocodilo, à conta dos 2,9% que Sócrates anunciou.
Mas quem os obriga a segui-los? Há, porventura, legislação nesse sentido? Ou a Função Pública mais não é, para eles, do que mero indicador?
Também aqui se assiste a mais uma manifestação da fantochada nacional a que Medina Carreira se refere.
Isto para nem falar na trafulhice que os aumentos salariais em base percentual representam. Mas isso é já outra história…
Políticos medíocres, empresários medíocres… Porque não se calam, ao menos, para o mínimo elementar do bom senso? É que tanta cabotinice receio que acabe por se pegar!