esteio eu não tenha
e o céu me guarda
sem credo além do azul
que me alimenta
e voo além do sul
quando a tormenta
revolve o sol que tarda
e me sustenha
esteio eu não tenha
e as amarras
criadas de montantes
cimitarras
na vaza ficarão
eternamente
nem âncora virá que me sustenha
nem garras
de ficar preso nas barras
que eu vivo p’ra enfrentar o sol poente
– fotografia e poema de Jorge Castro