Chateia-me esta história de, por sistema, algumas abetardas da nossa inteligência perorarem sobre esta fatalidade de sermos, no dizer deles, «um país periférico da Europa» e, por isso, discorrerem alarvemente acerca de um conjunto infinito de insuficiências crónicas que daí nos adviriam.
Eu acho graça – que é como quem diz, não lhes acho graça nenhuma – e pasmo.
Que tal considerarem o muito mais óbvio e geograficamente gritante que é o facto de Portugal, no concerto das nações e do mundo, ocupar uma posição geo-estratégica única ou ímpar, se quiserem: estamos, na verdade, no centro do mundo!
E descapitalizamos esta verdade gritante, em cada segundo que passa. Nem a saga das Descobertas, em que fomos universalmente grandes, ainda que com todas as fraquezas humanas, nos acorda.
Mas não, porque isso implicaria a necessidade de criar cidadãos de corpo inteiro para encarar os desafios dali decorrentes, o que é imcompatível com esta maneira amaneirada de ser muito mais fácil ter sob controlo os adeptos fervorosos da pimbalhice nacional.