Porque sempre fui pouco mais do que sofrível a Matemática, ao perder-me numa carreira brilhante em Aritmética, desenvolvi este malfadado espírito da dúvida pouco metódica que, perante os mais recentes desenvolvimentos colhidos no previsível sucesso (anunciado) das políticas governamentais dos últimos 20 anos, na área da Educação, me faz estremecer de incertezas…
1 + 1 = 2 (chamado senso comum, processo em fase de extinção, não aconselhável em modelos de apresentação em Powerpoint, por supostamente estar muito visto)

1 + 1 = 11 (matemática pós-socrática que conduz a sucessos numericamente fabulosos – de fábula, entenda-se)

1 + 1 = 0 (resultado contabilístico atingido por um casal em que ambos auferem vencimentos a recibo verde, depois de liquidarem as diversas prestações em que estão comprometidos)

1 + 1 = -1 (casal com problemas relacionais, em busca de experiências novas)

1 + 1 = + ou – (o mesmo casal antes de se decidir a experimentar as tais experiências novas)

1 + 1 = ? ( a eterna indecisão… quem sou? de onde venho? para onde vou?…)

1 + 1 = ! (imperativo existencial: a fé é que nos salva)

1 + 1 = … (imobilismo que pode resultar de algumas confusões de conceitos e precipitações de palavras de ordem do tipo «todos diferentes, todos iguais», se não se apura qual o termo da igualdade)

1 + 1 = 1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1+1… (adivinharam: um casal de coelhos, porventura aqueles que deveriam ser chamados a regular o País, por índices de produtividade comprovados; reflexo, também, do estado de graça pelo qual esperam as clientelas políticas, de cada vez que o poder político muda de mãos).

1 + 1 = 0 + 0 (apreciação regular de Medina Carreira, face às políticas e aos políticos que nos vão calhando em sorte).

Com um largo sorriso de satisfação, aqui lanço contributos muito sérios que me chegam de quem anda atento a estas contas da vida:

São Rosas:
1 + 1 = 1/2 (um meio… de os políticos nos tramarem)

Jaime Latino Ferreira – algumas variações:
1 (sem mais contas, a valer pelo indivíduo)

1 = 3 (o «eu», o reflexo desse «eu» no outro e o alter ego que «distanciado da interacção, logo tenta ver de fora»)

1 = ∞ ou 0 («do um se chega ao infinito e ao zero, a superfície do espelho para cá e para lá da qual, a numeração se perpetua e metamorfoseia bem como perenes o zero absorvente e o indelével infinito»)