– Scolari aproveitou a aura de que a selecção de futebol portuguesa estava ungida para anunciar a sua saída para o Chelsea, colhendo as mais-valias de estar na mó de cima, em função de expectativas geradas, anteriores ao flagrante desaire que veio a ocorrer. Uma vez mais, geriu bem o seu tempo e a sua imagem, usando como trampolim a selecção. Sempre o achei um grande trampolineiro… E aproveitou bem o dinheiro que por cá lhe pagaram.
– Resta a imagem de um bravo Ricardo que conseguiu, por fim e esforçadamente, convencer quem o viu de que, para além de defender grandes penalidades – pobre especialização para 90 minutos de jogo – é um fraco guarda-redes, cujo valor transcendente apenas existiu na obstinação de um treinador com tiques de autismo e incertas certezas.
Ai dos vencidos!… A única consolação nesta descida à realidade é a de que Sócrates deve estar danado. O jeito que dava, agora, mostrar uma selecção de futebol ganhadora como corolário de uma acção governativa que ninguém percebe ou receia, sequer, perceber!
Fica, porventura, a alegria desassombrada de que, se tudo correr de feição, este campeonato europeu poderá vir a ter, na sua final, um confronto Rússia-Turquia. Durão ficará radiante com este alargamento ad-hoc do espaço europeu.
Ainda bem que eu não percebo nada de futebol!