por vezes só cardos
no país de rosas
por vezes um lastro
em redes de arrasto
e o chão que removes
em busca de restos
quando te comoves
tenteando um rasto

por vezes maus tratos
e sempre de rastos
tanta vez incertos
tanta vez concretos
e o resto que sabes
e quanto ignoras
de viver por perto
mas sempre por fora

por vezes o grito
que mais ninguém ouve
por vezes um dito
que talvez console
e o Sol e a Lua unidos num rito
que não acredito
que a ninguém assole

por vezes os fardos
que sempre carregas
por vezes os dardos
cravados nas vozes
por vezes só cardos
no país de rosas.

– poema de Jorge Castro