Parece-me uma prova indubitável de que os cidadãos portugueses têm vindo a ser desgovernados por uma súcia de fulanos sem escrúpulos, que aparentam não ter pitada de padrões de decência nem limites para o irrazoável ou o ilógico, o facto de, FACE À SUCESSIVA DIMINUIÇÃO DO PREÇO DO PETRÓLEO nos mercados internacionais, estarmos perante o 14º aumento do preço da gasolina, em Portugal, só nos primeiros quatro meses de 2008.
Aproveitando, sem manha nem pudor, a desvalorização do dólar face às demais moedas mundiais, desvalorização que «impõe» sucessivas rectificações do custo do barril de petróleo EM DÓLARES, o Estado e os agentes públicos e privados que definem os preços dos combustíveis praticam sucessivos e escandalosos aumentos quando, de facto, na fonte, o petróleo está, até, mais barato do que há meia dúzia de anos, se se considerar a sua valorização em euros.
Agora, vem um ministro à ribalta manifestar a sua estranheza por tal facto… É lata, meus senhores! E da grossa.

Demagogia, aldrabice, falta de vergonha e uma profunda noção de impunidade – que cultivam e fomentam – carreiam esta gentalha neste mar de iniquidades que nos amarfanha o viver.
Afinal, a única coisa que os perturba – e mesmo essa apenas vagamente – é a perda das próximas eleições, onde, se tal se verificar, de pronto se aninham nos seus lugarzinhos de aconchego. Venham, então, as eleições, que sempre quero ver, por entre o meu círculo de relações, quantos ainda irão invocar o estatuto de «iludidos e enganados» para votar na maralha do centrão!

Há, na verdade, aqui um sério problema de alternativas que se nos coloca a todos. Mas maiorias absolutas? Nem pensar! Não me parece que algum partido do nosso espectro tenha estrutura anímica para não se deixar cair em tentações totalitárias, com tiques absolutistas ridículos, mas gravosos que abonde para essa circunstância de se ser Português.