Os professores, finalmente, vieram para a rua. Para a rua da liberdade, da dignidade e do combate por ideias e ideais. Abençoados!

Fica provado que nem só de modorra vive este país.

Entretanto, a senhora a quem entregaram a pasta da Educação aceita os louvores desbragados, com beijos e abraços, de uma personagem tão insuspeita quanto Valentim Loureiro. Dir-se-ia, cinicamente e a dar para o culto que les beaux esprits se rencontrent… ou em português mais comezinho, diz-me com quem andas…

Pelo meio das louvaminhas um pseudo-“representante dos pais” – e digo pseudo, que eu sou pai e ele não me representa, seguramente – dinossauricamente instalado em tal farpela, faz questão de nos mostrar a sua máscara naquele desconcerto de caretos. Bem bons estão uns para os outros!…

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Como sinal lamentável dos desmandos em que vamos sobrevivendo, a criminalidade violenta aumenta. Sem querer estar, hipocritamente, a alimentar demagogias sobre causas e efeitos sociais deste fenómeno, ocorreu-me uma solução piramidal para, porventura, atenuar tal escalada:

– Portugal é um país recordista em apreensão de drogas, as mais variadas e para todos os gostos. Há, até, quem diga que a sua queima, pairando nos céus urbanos, é que nos traz a todos meio aluados…

Ora bem, mediante prescrição médica ou emissão de um qualquer atestado que um serviço público idóneo – talvez ainda os haja – poderia emitir, que tal distribui-la gratuitamente a quem a consome?

Já viram o alcance da jogada? Dava-se um golpe drástico no seu tráfico, pois deixava de ser rentável, e acabava-se com a necessidade de andar no gamanço para alimentar o viciozito.

Assim como assim, com tanta medida estúpida que os nossos governantes preconizam, porque não poderei eu, comum cidadão, seguir-lhes o exemplo?…