são palavras que nos guardam
que resguardam o passado
nos caminhos que trilhamos
são palavras do presente
que se lavram ternamente
no futuro que fizermos
mas há palavras dementes
que ferem gritam trucidam
o dia mal resguardado
há gemidos nas palavras
lágrimas risos e as lavras
da sementeira do acaso
palavras não valem nada
mas são o gume da espada
e do berço o acalanto
eu às palavras pertenço
e subo ao rés do universo
se me perco ou se me venço
às palavras me abandono
que não sou dono de nada
para além de uma alvorada
trago as palavras comigo
levo-as ao porto de abrigo
nos caminhos que cruzamos
há palavras para os ais
para o sempre e nunca mais
elas sobram se as calamos.
– poema de Jorge Castro
Desta vez, voluntariamente sem convidado especial, que o havemos de ser nós todos, os que por lá aparecermos.
Se vieres, traz um poema. Se quiseres, traz mais do que um. E encontra um amigo para trazer, também.