ó tu
que turbas o conceito democrático
em pantanal de iniquidades
tão errático
que te escachas ao lombo da maioria
sobre caixas e outros bancos
de alquimia
e se ao longe divisares duas verdades
dás à sola num restolho
de tamancos

ó tu
que te dizes
contradizes
e desdizes
num espanto de fazer crescer narizes
que chegaste ao topete
tão idiota
de pintares de Alcochete as cores da Ota

que percorres bailarino em corridinhas
um país
desfazendo-o em mezinhas
que cozinhas
a recato
e com batota
com a seita que se ajeita em louvaminhas

bem me lembras o pior que já se viu
e que a avozinha tanto me repetiu:
“- querido neto,
não sirvas a quem serviu!…”

quanto ao mais
na escassez do fino trato
tal qual Botas ‘inda que posto a contrato
lá vais dando futebol
ao desbarato
feito rol
de país caca de gato
que se faz todo de mar
todo de sol
onde tudo já deu o que tinha a dar
e baixamos sem querer o colesterol
em dietas de sopinha e um rissol…