Ainda passeando pelos arredores, observando conceitos de estética e divertimento… Todos eles muito respeitáveis, ou talvez não.

Carcavelos tem, sem margem para grandes dúvidas, o mais belo, extenso e aprazível areal de todo o concelho de Cascais.


Lugar convidativo a passeios outonais e invernosos, à beira-mar, para namorados, respeitáveis casais, solteiros com cão, focas surfistas, papagaios diversos, enfim, uma larga panóplia de privilegiados em que me incluo, com indizível prazer e com máquina fotográfica sempre à mão, pois entre a Natureza e os humanos que dela desfrutam surgem sempre infindáveis olhares dignos de crédito.
Os seus (nossos) pores-do-sol dias há – e não são raros – em que, por si sós, são capazes de nos redimir com o mundo.

Ouve-se o mar e o vento. Na extensão do areal, diluem-se os gritos dos mais agressivos ou nervosos, que não chegam, assim, a perturbar a tranquilidade da paisagem ou algum protesto desgarrado de gaivota, mesmo em raros dias de improvável vendaval.

Recentemente, foram iniciadas obras nos seus acessos, que tardavam dezenas de anos e que aplaudo freneticamente.

Mas… – sempre este malfadado mas – desataram também a crescer e a multiplicar-se, quais cogumelos plastificados em terreno adubado a lucros, abarracamentos de novo tipo que gritam estridências de cor e mau gosto no concerto da paisagem, supostamente associados a actividades desportivas parvamente chamadas ‘radicais’, às quais se injectam, à força e sem nexo, conceitos de estética (?) plastificada à ‘morangos com açúcar’…

O mundo é belo, senhores. A Mãe-Natureza sabe o que anda a fazer. Integrem-se nela, que diabo! Não é com plástico que os olhos riem nem o coração respira!