Esta nova ronda das Noites Com Poemas 2 desenvolver-se-á em moldes idênticos à anterior, através de um círculo informal de interessados em ouvir/participar, trazendo poemas seus ou de seu agrado, criando um espaço de possíveis encontros ou de prováveis descobertas.
Nele não se promovem cátedras, nem se cultivam dissertações ou polémicas, mas busca estabelecer-se tão-só um elo entre os presentes, através de pequenos toques de magia ou de encantamento, sob a forma de poemas, que forem surgindo em farândola de afectos, à medida que a noite decorre, formando o bouquet que a individualidade de cada um lhe fornece.
De diferente em relação ao anterior modelo, a existência de um convidado que terá, também, a seu cargo a função de maestro da sessão, para além daquilo que muito bem lhe aprouver dizer sobre poesia. A esse convidado competirá, pois, dar o tom para que as demais intervenções em torno da poesia aconteçam.
Para a primeira sessão – Poemas em volta da mesa – lembrei-me do incontornável José Fanha, que de pronto acedeu ao convite. E a justificação para a pompa daquele adjectivo advém, muito justamente, do singelo facto de ninguém de boa-mente, falando de poesia dita em Portugal, dever omitir a menção a este homem da palavra dita – como da palavra escrita – cuja acção em prol desse “mistério de todas as coisas”, como Lorca chamava à poesia, faz dele personagem ímpar neste nosso recanto ajardinado e perdido de si, junto ao mar.
Ele é português, aqui. E traz-nos, há anos e anos a fio, os cânticos da nossa alma, com o empenhamento de ser e de estar que lhe conhecemos, dizendo-os “com o corpo todo”, promovendo e incentivando também novos autores e “dezedores”, com o desplante de quem está nisto por gostar, contra ventos e marés… mesmo doendo-lhe o peito.
A personalidade convidada para a segunda sessão (Outubro) – Poesia Com Tradição – é a Ana Paula Guimarães.
Também amiga e companheira nos combates pela memória que travamos em cada dia, na salvaguarda da nossa identidade e diversidade cultural, ela tem sido e é aquela que transporta “o facho na treva ao fundo mina”, naquilo que à literatura tradicional respeita.
Mas o convite foi-lhe dirigido, ainda para além da amizade, na qualidade de responsável do Instituto de Estudos de Literatura Tradicional (IELT). Com o entusiasmo contagiante que lhe conhecemos, não é difícil prever uma sessão animada
As sessões terão lugar na terceira quarta-feira de cada mês, como habitualmente, pelas 22 horas, na Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana e a entrada, sendo livre, quer-se também libertária e libertadora.
– 19 de Setembro, às 22 horas, Poesia em volta da mesa, com José Fanha.
– 17 de Outubro, às 22 horas, Poesia com tradição, com Ana Paula Guimarães.
Lá vos espero!