– foto de Jorge CastroCity sightseeing, forma airosa que já se disse para-inglês-ver… O amarelo da carris avermelhou-se, sem conotações (abrenúncio e salvo seja!…) para que o turismo usufrua a cidade que os seus habitantes não desfrutam.
O estacionamento caótico dos carros, o mau estado dos pavimentos, o contentor das obras sempre entulhado, à espera da semana seguinte, os cabos eléctricos que, marroquinamente, desfeiam a cidade, as fachadas mal tratadas, com a magnífica azulejaria escalavrada, vítima de tratos de polé …
Nos meus périplos por Lisboa, reconheço-lhe a grandeza que nos assombra em tantas cidades da Europa. Só que se esconde por um denso manto de maus tratos que a todos nos maltratam.
É uma capital não da decadência, mas do desmazelo e do desinteresse, ataviados com uma mão-cheia de mezinhas, das tais para-inglês-ver, que pouco cuidam do português que nela respira.
A culpa, como sempre, é de todos e de cada um, não sendo pois de ninguém. É assim e pronto!
Passear hoje por Lisboa antiga, com olhos de ver, é uma pungente e revoltante caminhada. A capital do império afundou-se com ele?
Não quero crer. Porque haverá outros impérios. Outros imperativos. Porque é ainda uma emoção visitar cada recanto desta cidade. Algo, pois, estará ainda vivo nestas pedras!