Explicando-me:
1 – Há dias (poucos) a electricidade ia subir 15 ou 16% porque sim. O ministro da tutela disse que não podia ser. E, em presuntivo bem da nação, “só” subiria 6%! O povo, agradecido, curvou-se, em reverência… Meia-dúzia de dias (mal) passados e a electricidade vai baixar 3%!!
É milagre? Foi Deus? Nossa Senhora de Fátima protectora dos desvalidos? Ou tudo isto não passa de mais uma ignóbil treta?
2 – A “flexibilização laboral” à portuguesa, num mercado laboral em que tantos não cumprem a legislação existente, promovendo o cancro social do “recibo verde” com TOTAL conivência dos sucessivos governos, será mesmo necessária?
Ou será que o mero desconforto de vegetarem num pântano de ilegalidades faz com que tantos dos nossos “empresários-de-trazer-por-casa” sofram com insónias e dos governantes cúmplices padeçam de perturbações gástricas, ambas a serem dirimidas pela panaceia de uma legislação mais conveniente (ainda)? – Não vá algum incómodo e desalinhado organismo comunitário descobrir toda a tramóia… Ou até por mera desavença de comadres vir a descobrir-se o fundo ao tacho.
3 – Afinal, o legislador sempre proíbe ou não – ou talvez assim-assim – o fumo do tabaco nos locais públicos? Vai para a frente, vai para trás, vai para o lado, vai para cima… e amolece a cada dia que passa. Será apenas esta perturbação provocada pelas receitas arrecadadas nos impostos a funcionar como factor inibitório da decisão?
Na verdade, conforme a política-dos-nossos-políticos, segundo a qual “vale mais um pássaro na mão” do que o dia que lá vem, as receitas arrecadadas hoje são mais, mas muito mais importantes do que os encargos com a saúde a pagar amanhã. Assim c’umàssim, até amanhã privatiza-se a coisa da saúde e talvez até, no fim das contas, nem haja nada a pagar…
Enfim, tanto havia a dizer, mas não tenho tempo. Vou até ali a ver se vivo e já volto!