Amanhã, dia 16, pelas 22 horas, próxima sessão de Noites Com Poemas, na Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana. Visitaremos Mário de Sá-Carneiro, entre outros. Apareçam, para engrossar o rol dos visitantes…
Entretanto, também como pequena homenagem, um grande abraço aos de presença mais constante: Ana Bela Duarte, António Graça de Abreu, António José Barroso, Cristina Vieira, Eunice Fonseca, João Batista Coelho, Jorge Casimiro, Lídia Castro, Lourdes Calmeiro, Vítor Silveira… e todos os demais cuja participação enriquece este espaço lúdico.

de Mário a Mário o tom dolente
doendo o som dessa dolência
de paz perdida
e dele perdido
deliquescente
deliquescência
delito tal
e qual novelo
ele que nivela – ele que não vela
acesa a vela
a singrar mares
de dores-amores
e sem ter cores seu horizonte
ele é a barca
ele é Caronte
e à pele o inferno para onde impele
em remo largo de uma amargura
uma lonjura de se encontrar
de água um fio
que logo é rio
e vai ser mar
da água o frio
que nele se enleia
teia de amar

por fim repousa
e uma lousa fria de treva
por fim o leva
ao rés do mar
doce veneno
que o sossega
doce poeta
de tanto amar

quis ser a morte
quis ter a morte
linhas gravadas nas suas mãos
quis ter a sorte
tirada à sorte
feito destino por suas mãos.

cartaz de Alexandre Castro
– poema de Jorge Castro

– Perturba-me, aborrecendo-me, o esquema suicidário, pela relevância de mal o entender. Mas como dizer: “- Eu nunca me suicidaria!…”? Sendo o Homem ele próprio e a sua circunstância, como adivinhar-lhe o desespero insuportável ou definir os seus limites? Talvez procurando-o nos poemas…