A “direita” critica Sócrates por “falta de carácter” ao apresentar-se como engenheiro sem o ser por, assim, o próprio ter podido alcandorar-se a um lugar ao sol neste país de negociatas e balões de vento. Critica, afinal, com incomensurável hipocrisia, a própria lógica que é sustentação e argumento funcional de um regime, desde os tempos salazarentos, de que essa “direita” sempre foi beneficiária.

Não interessa ser-se bom na profissão; interessa mais ter-se “canudo” e padrinho. O segundo que funciona como motor de arranque do primeiro, sendo que este exerce funções de salvaguarda de aparências.

A “esquerda” defende Sócrates assegurando que o que interessa é o facto de ele estar a ser um bom político (?), sendo tudo o mais questões acessórias e desviantes, promovidas pela “reaccionarite aguda da direita”. Isto, apesar de ser consensual que, se o homem não apresentasse “canudo”, jamais chegaria a ministro e, menos ainda, a primeiro ministro.

E a “esquerda” está bem ciente disso, pois é com esses mesmos sustentação e argumento funcional que vem repartindo o poder com a “direita”.

Moral da história: como não me canso de repetir, original é este país em que a “mulher de César” nem se preocupa em ser nem em parecer séria . Não! Ela persiste mesmo e faz questão em nos mostrar que é puta!

E, pelos vistos, isso sabe-lhe bem e a vida corre-lhe de feição. Vá lá, nem todos saem a perder… apenas o cidadão contribuinte – e mormente o “por conta de outrém”.

Nota fora de horas – Alerta-me alguém – e muito bem – para o facto de, pelo meio desta poeirada toda, ninguém se lembrar de questionar por onde têm andado os poderes públicos, no que respeita às suas óbvias responsabilidades de salvaguarda do ensino, permitindo que uma qualquer universidade mais ou menos independente funcione, reiteradamente, neste pântano de interesses e de falta de qualidade. Ora aí está uma boa pergunta…