A estupidez é “a qualidade daquele ou daquilo que é estúpido. Palavra ou acção própria de gente estúpida”, sendo que estúpido é aquele “que tem inteligência escassa, ou pouco juízo. Incapaz de compreender qualquer coisa. Entorpecido, paralisado. Atacado de estupor. Que revela pouco juízo ou é prova de pouco juízo, de falta de tino” (definições obtidas em dicionários).
Nas televisões pululam os concursos estúpidos.
Ora, como não posso crer que quem os pensa e promove seja gente de inteligência escassa, enfermando de pouco ou nenhum juízo – a tal falta de tino – devo considerar que o acto é deliberado no sentido de promover a estupidez junto do indígena, aquele já de si propenso a coisas estúpidas, para que o nível de estupidez se eleve, gloriosamente, no nosso país (e no mundo). Esta deliberação, este acto voluntário de promoção da estupidez é que já é meritório de bengalada.
A quem poderá servir a estupidez assim globalizada, a tão baixo preço? Ora, pergunta ela própria eivada de ingénua estultice e que só tem cabimento se formulada retoricamente…
Ao pão bolorento e escasso sucede o circo decrépito e manhoso, o que envergonharia qualquer César antigo, mas enche de gáudio, louvores e fundos de maneio os “patronos da opinião” que comem da mão dos modernos Césares.
E é assim que meia dúzia de pernas e de mamas generosamente sugeridas (que não mostradas), ponteadas, em aldrabona antítese, por “cérebros” babosos e inúteis, são o chamariz incontornável que resulta na eleição do “Botas” como o melhor dos portugueses.
(Porque é que me lembrei agora daquela “boca” cínica segundo a qual cada povo tem os governantes que merece?)
Por outro lado, diferem de reles rameiras aqueles que se deixam enrolar nestes jogos de poder, a troco de algum prato de lentilhas? Não me parece. Note-se, aliás, que nada tenho contra as rameiras, para quem será, até, insultuoso compará-las a tais vendidos… Elas vendem o corpo na presuntiva esperança de um dia salvarem a alma. Estes vendem a alma com a certeza contratada de salvarem, em cada dia, o corpinho. Por isso, a estes se destina e lhes assenta o adjectivo reles.