a todos os amigos e visitantes…
do natal enfeitado a sumaúma
que se arruma em cada ano nalgum canto
não te digo do natal em mar de espuma
esse efémero natal-coisa-nenhuma
quebradiço a ter-de-ser e sem encanto
não te digo do natal de coitadinhos
nem daquele de nós todos tão sozinhos
conformados sem ter sonhos nem espanto
não te digo do natal feito de prendas
num afecto leva-e-traz que me encomendas
e trocamos cada ano em qualquer canto
mas te digo um natal fio de seda
do casulo entretecido que te enreda
e te leva ao riso ao sonho em doce encanto
digo ainda do natal feito de enlaces
desfiando o casulo onde renasces
enlaçando cada ser por valer tanto
digo então um natal que desse fio
deslassado mundo fora como um rio
nos envolva a todos nós num acalanto
mais te digo do natal de um outro início
celebrando a nova esperança o solstício
recriado em nossa voz num novo canto.
– Jorge Castro