Tanto se ajuiza sobre o 11 de Setembro, alegando que nada ficou como dantes e porque já ninguém quer saber o que isso poderá significar, traduzido em miudos, tratando-se apenas de trazer para casa uma opinião embrulhada em plástico, pronta a digerir… e toca a andar, lembrei-me de me debruçar sobre as verdadeiras consequências do 11 de Setembro aqui, por este jardim mal amanhado…

E, contra opiniões cépticas, creio ter chegado a conclusões luminosas. Ei-las:

– O encerramento de escolas alegadamente com poucos alunos, contra a vontade de todos os agentes do tecido social portuga é uma das consequências! É indubitável que o baixo número de alunos nas turmas promove a maior capacidade de transmissão de conhecimentos. E nada pior do que um descontente, interior (pois, pois, o contrário de litoral…) e esclarecido. Dá terrorista pela certa!

– O aumento de produtividade das nossas empresas, traduzido pelo espantoso incremento das frotas automóveis de serventia aos respectivos gestores, que deixa a perder de vista os nossos congéneres europeus é outra consequência! Podemos imaginar o que seria centenas ou milhares de luso-endinheirados, obrigados a andar em chavecos tais quais os da populaça… Decerto canalizariam esse fatal descontentamento, essa raivinha social, para o subsídio a organizações pouco claras ou mesmo obscuras, de indizíveis objectivos!

– A promoção do futebol a alma mater dos nossos sentir e viver é, também ela e ainda, outra consequência do 11 de Setembro! Imaginem a quantidade de terroristas portugas à solta por esse país – que digo eu? – mundo fora, se a sua ociosidade não fosse tão ocupada com os pontapés na bola que os outros dão…

– O trânsito absolutamente caótico e as intermináveis obras viárias são, sem sombra de dúvida, consequências da terrível data! Quem poderá imaginar a preparação de um ataque bombista, um mero carro armadilhado, um suicida qualquer, a embrenhar-se no trânsito de Lisboa ou do Porto? Jamais, sim, jamais lograria alcançar a tempo o seu objectivo…

– As próprias maternidades, encerrando no interior… é porquê? Lá está! Combate ao terrorismo, claro! Nascerem pivetes ranhosos, filhos de pais ressabiados por não poderem usufruir de um bejeca by night nas Docas, ou de uma volta ao Castelo do Queijo, é promover gerações de descontentes, com pedras nos sapatos e a ira nos rostos! Acabe-se já com isso!…

Não me canso de descobrir exemplos de como o “espírito do 11 de Setembro” é benéfico para Portugal! E não me canso, outro tanto, de agradecer aos deuses das coisas pequenas a benesse que é para todos nós termos governantes assim, tão injustiçados, mas que tão bem sabem proteger-nos do “Mal”! Amen…