Antes de mais e sem alimentar equívocos, uma declaração: vou ver o jogo e vou torcer pela selecção portuguesa, sim senhores. Posto isto, duas ou três reflexões:

– Alemanha, França, Itália e Portugal… Combinação bizarra. Como é que chegámos lá? Com pernas e peito, claro e determinação e essas coisas todas e mais o Scolari, com certeza e tal e coisa.

E rios de dinheiro, também, num país que tem muito poucas semelhanças de recursos com os demais. No país das maiores assimetrias sociais de toda a Europa onde, mais do que em qualquer outro, as classes possidentes, por razões que uma data de teóricos e práticos já explicaram à exaustão, estão interessadíssimas em promover o pão (quanto baste para matar a fome) e o circo (em que tanto palhaço se ri de si próprio).

Depois, é fatalidade sistémica que os portugueses – geneticamente iguais a todos os outros – tenham de passar pela diáspora para se revelarem competentes no concerto das nações? É que, com a excepção de um ou dois, todos os demais jogadores andam espalhados por essa Europa fora, já repararam?… Cá, para utilizar o vernáculo da bola, não conseguimos entrosar-nos. Mais do que um é multidão. Vamos lá para fora… e é um ver se te avias de trabalho em equipa e outras modernices!

Aliás, tal como a TAP, aparentemente, só foi capaz de levantar voo com um piloto brasileiro, também no pontapé na bola, não fora mister Flipão e não passaríamos talvez das misérias à Saltillo… É interessante e ajuda a diversificar paranóias: já não serão apenas os Castelhanos a conquistarem-nos; afinal, também poderão ser os Brasileiros, até com maior acessibilidade linguística.

Bandeiras? Ora, assim como assim, sempre é melhor que nada para alevantar o ânimo molengão. E hino e tudo! Vamo-nos a eles!

Só é pena que os egrégios avós tenham de passar a reformar-se tão tarde!