se me perguntas de Abril
solta-se o riso
como à solta fica o sonho em que desperto
se me perguntas de Abril
mostro-te um rio
que desagua no oceano da esperança
se me perguntas de Abril
nem sei que diga
neste tão pouco ter de esperar tanto
se me perguntas de Abril
vem meu amigo
pois de tanto esperar faz-se a tardança
se me perguntas de Abril
estarei contigo
nesse esteiro onde crescem alvoradas
se me perguntas de Abril
há sempre um grito
impelindo a descobrir as manhãs claras
e anda por aí
por toda a parte
esse Abril que é tão nosso e querem triste
esse Abril que somos nós
e assim
resiste.
– Jorge Castro