A gripe só afecta aves… mas pouco mais de cem pessoas (ao longo de quatro ou cinco anos) já terão morrido por contágio directo, dizem-nos…
Não há, ainda, nenhuma estirpe do vírus que se propague de humano para humano, logo, ainda não se conhece a “qualidade” do vírus que possa vir a concretizar a presunção, muito cientificamente sustentada, de que mais tarde ou mais cedo esse vírus transmissível pelo ser humano surgirá.
Em qualquer caso, já foi criada uma vacina, da qual Portugal, por exemplo, já se muniu com dois milhões e quinhentas mil unidades… Para um vírus que (ainda) não existe? Como foi avaliada ou testada a sua eficácia?
Também sabemos da inevitabilidade de um terramoto, mais cedo ou mais tarde… e pouco ou nada se faz, com este afã, para nos precavermos dos seus efeitos. E veja-se o efeito do recente tsunami em termos de vidas perdidas…
Um pouco por toda a parte multiplicam-se as “Comissões de Acompanhamento” os “Grupos de Estudo e Avaliação” que se debruçam sobre os cenários hipotéticos de presumível pandemia, assumindo – em entrelinhas fáceis de aperceber nas múltiplas notícias que circulam – um eventual “estado de sítio a nível mundial”, permissivo a todas as arbitrariedades sobre as liberdades individuais. O que daria muito jeitinho a muito interesse por aí instalado, é bem verdade…
Ainda para mais, sustentadas pelo inelutável argumento de que está em causa “o bem da Humanidade”, o qual ninguém de bom senso se atreverá a pôr em causa.
Mas, então e a SIDA, tão humanamente transmissível? Já não existe? Quantos milhões já morreram e quantos estão, neste momento, a morrer infectados irremediavelmente? O interesse sobre a gripe em contraponto ao desinteresse sobre a SIDA é apenas porque a evolução desta é mais lenta e permite, assim, substituir o elemento infectado sem perturbações de maior para a ordem económica estabelecida? Não se me dá de acreditar em tal…
Para além da imensa pena por ver tanta ave a ser morta preventivamente, manifesto a minha grande preocupação com esta história da gripe aviária, alicerçada numa profunda confusão informativa… a par duma enorme e céptica reticência, que não tem nada de poética.