Como sabem, distribuindo o meu livro de mão em mão, fora dos circuitos comerciais, um dos modelos que adoptei para essa distribuição foi o envio à cobrança, para aquelas mãos que se encontram mais distantes…
Segue desabafo:
– Os CTT cobram € 2,60 (dois euros e sessenta) para uma remessa à cobrança de € 13 (treze euros); o envelope especial para envio de livros custa € 0,80 (oitenta cêntimos). Total € 3,40 (três euros e quarenta) – isto é, mais do que o rendimento diário per capita em grande parte dos países africanos, além de, seguramente, mais do que os direitos de autor pela obra que… apenas transportam e cobram.
Até aqui, enfim, tudo bem… Serão os custos inerentes ao facto de pertencermos ao “mundo dos ricos” e, com os nossos espaventosos salários, nada a dizer…
Agora que um livro, remetido em 27 de Outubro e brilhantemente entregue ao destinatário, no território nacional, em 28 de Outubro – logo, pago nessa mesma data aos CTT-, origine um vale que me chega às mãos apenas em 08 de Novembro (apesar de ter aposto um carimbo do dia 30)… parece assumir contornos de retenção abusiva de bens alheios! Mas esta é a “performance” máxima que os CTT conseguem, conforme apurei por confissão não explicada, colhida nos balcões.
Esta “habilidade” financeira, porventura despicienda para cada cidadão, multiplicada por “ene” diariamente, renderá chorudos proventos anuais à instituição, a custo zero.
Para quando varrer para a estratosfera estas chulicezitas instituídas e institucionais, estas “habilidadezinhas” de baixo coturno, que nos fazem sentir vergonha de sermos portugueses, aqui?
É que nem se me dá para a poesia…
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A propósito do despropósito:
O governo português anunciou apoio aos familiares das vítimas do acidente na construção do viaduto, em Espanha.
Por acaso, até acho muito bem… Mas será que o mesmo tratamento está previsto para todos os familiares de todos os inúmeros acidentados do trabalho que pululam por Portugal fora todos os dias?
Ou é só cosmética face ao impacto dos media?