poema sugerido pela audição do “Trumpet Ensemble”, da Academia Nacional Superior de Orquestra, em 09 de Julho de 2005, no Centro Cultural de Cascais

correm corcéis como trompetes
por vergéis e vales ensolarados
catedrais de pináculos ogivais
florestais alguns e muitos prados
pompas de circunstância
dós de peito
em polícromos crescendos matinais
e a orvalhada reluzente faz-se brado
polvilhando o ar num eco de alvoradas

e em cada recanto um encanto de espavento
em trote alado alisando os verdes prados
e um regato ecoando a voz do vento
canta intenso nos ressaltos empedrados

correm os corcéis e tão vibrantes
os trompetes na estridência da mensagem
que se abrem em voragem nas campinas
e alados vão
soltos ao vento
nesse voo de horizontes e miragens

porque não irmos também nessa viagem?

– Jorge Castro