Outro Amigo que partiu, quase sem avisar, deixando dele a memória e a vontade de publicar um livro que terá escrito milhares de vezes…
Nesse livro – estou certo – haveria verdes campos, gritados por rubras e acetinadas papoilas.

Ao despedir-me dele, no cipreste junto ao qual se lançam as flores do adeus, com angústia, remorso e muita pena por nós próprios, à altura do ombro, descobri, inusitado, um ninho de verdelhão.

Insólito lugar para se construir ninho, tão ao alcance do homem e tão perto do local onde a morte dorme… E, ainda assim, a mãe verdelhão achou ser aquele o local certo para a Vida que, indómita ou invencível, não abandonou nem quando a minha curiosidade o devassou.


Ali pelos Olivais, aquela mãe recordou-nos o ciclo da Vida. E lágrimas houve que se transformaram em sorrisos.

Fotos de Jorge Castro