O dia está fresco e o céu azul.
Vou fazer umas torradinhas de pão saloio com doce de limão para o pequeno-almoço. De seguida, lavo a cara, para abrir melhor os olhos, e vou até à mesa de voto…
‘Bora ir que, daqui a pouco, talvez a gente por lá se encontre!
O combate e, daí, as opções encontram-se no ideário de cada um de nós. Aqui e ali, um intérprete desempenha um papel mais eficaz, mais apelativo, que melhor se aproxima, pela positiva ou pela negativa, isto é, pela nossa aceitação ou pela rejeição, pela nossa proximidade ou pelo afastamento, desse conjunto de ideias que nos enformam.
Mas não deve perder-se de vista que ele é apenas isso: um intérprete, mais ou menos eficaz, de um ideário, num momento determinado.
As minhas convicções não sofrem – ou não devem sofrer… – alterações ou abalos apenas porque esse intérprete, ser humano com as suas forças e fraquezas, me defrauda as expectativas que nele centralizei, num momento dado.
Assim, interessa votar, porque esse é o MEU DIREITO de cidadão. Em quem? Pois bem, naquele agrupamento que, nesse tal momento dado, me pareça que mais se aproxima do meu ideário. Serão esses, através das suas funções políticas, a quem eu dou o meu aval representativo, enquanto cidadão. Nada mais.
Deles esperarei fidelidade e lealdade. Se me defraudarem as expectativas… alterarei o meu voto em futuras eleições.
E deve ser tudo tão fácil e elementar quanto isso.
Não posso subscrever a opinião daqueles que passam a vida em constantes lamentações porque “os outros” não correspondem (ou corresponderam) às suas expectativas, quando eles próprios não se empenham em engrandecer a vida, vivendo-a por si próprios, em vez de ser por interposta pessoa.
Votemos, pois, que é o mínimo que a nossa consciência cívica nos impõe, para nosso próprio respeito, enquanto seres humanos.