Ainda para nem tudo serem tristezas, vou contar-vos uma historinha recentemente passada comigo, que é uma graça e uma frescura:
– Jantar de relações recentes construídas à volta da poesia. Na mesa, treze pessoas.
Às tantas, uma senhora, já com algum peso de idade, dá por tal circunstância e aflige-se. Diz-me que é necessário absolutamente descobrir um outro comensal, não vá o mau agouro tecê-las. Eu, fazendo pouco caso, respondo-lhe que não valerá a pena, pois uma outra amiga, sentada a meu lado, galhofeira e jovial, irradiando alegria em volta, tem, como é evidente para todos, “uma criança dentro de si”…
A senhora de idade sorri, cúmplice e tranquiliza-se.
No fim do jantar, depois da sobremesa mas antes da poesia, a senhora levanta-se, com pompa, circunstância e um ar estampado na face da maior alegria, ergue o seu copo e propõe um brinde à futura mamã e as maiores felicidades ao rebento que ela traria dentro de si…
Não sendo bastante o desconchavo e, porventura por insuficiente conhecimento, ainda me atribui publicamente a paternidade e na presença abismada da minha companheira à séria
Moral da historinha: Ele há que ter muito cuidado com as frases feitas, principalmente atendendo aos contextos!…