É na terra que começa
Nessa amálgama de pó que se afeiçoa e é de barro
Arrancado pela enxada
Extensão de braço armado na dura luta pelo pão
Moldado pela nossa mão na roda tensa do oleiro
Os dedos dão forma à peça
Cada camada sentida
Cada vinco ou impressão
Em que a mão dá a forma à vida que é de enformar a mão
E a peça vai crescendo
Passo a passo
Em rotação
Pó da terra
Terra-mãe
A mão do homem-irmão
Rodando a roda do oleiro
Até ao fim do destino
Até nova rotação
Roda a roda do oleiro
É o bruto barro já peça
Pó da terra
Homem
Vida
Será cântaro
Promessa
Artes de levar comida a uma boca sem pão
… Era a história da terra
Antes de servir apenas para mais não ser do que chão.
Jorge Castro