Se eu fosse a nuvem cruzando

O céu azul e brilhante

Buscaria os horizontes

Que de mim sei mais distantes

Seria água das fontes

Cristais dos mais transparentes

Que cegam quase de luz

No frio gelo do monte

Seria o regato fresco

De conforto ao viajante

Seria o rio corrente

Que dá ao mar alimento

E quando o Sol mais ardente

Rasgasse através de mim

Um risco de luz nas águas

Em verde-mágoa sulcado

Seria então eu por fim

Barco no olhar da criança

Que nas andanças do tempo

Tempera o mar de esperança.



– Jorge Castro