(Darei início, com este poema, a uma mão-cheia de pequenas reflexões muito pessoais acerca de alguns “amores paradigmáticos”, reflexões essas que irei lançando, em simultâneo mas diversas, nos Poemas de Trazer por Casa… Claro que, enquanto reflexões pessoais assumidas, o autor aceita o contraditório…)
Cyrano e Roxanne
Se Cyrano não tivesse aquele nariz
De afugentar do céu as nuvens vespertinas
Talvez não o amasse nem na morte a sua Roxanne
Que por fim dele se enlevou
Rendida e triste
Pelas palavras que só daquele nariz fluíam
Não o tivesse ele e morreria
Sem amor
Sem nariz
Sem poesia
– Jorge Castro