Tenho seguido com enlevo a saga da TVI versus prof. Marcelo versus PSD. E, de tão enlevado com tanto comentário mais ou menos inteligente sobre a matéria, também a mim me apetece dar uma achega…
É, aliás, este o encanto dos blogs: apetece-me e lanço uma achega sobre qualquer coisa. O contraditório está implícito. Só me atura quem quiser e não estamos (até ver) perante uma actividade remunerada.
Bem, mas vamos lá à achega:
A liberdade da imprensa é um pouco como a plasticina: moldável sob pressão. Digo isto por conhecer, de muito perto, a realidade de uma grande empresa nacional de há algumas décadas a esta parte (acreditem, se fazem o obséquio!…). E conhecer essa realidade de forma interessada, crítica e participante, donde permitam-me invocar algum domínio de conhecimento.
Ora bem, não me lembro de ter alguma vez lido em qualquer órgão de grande comunicação uma notícia, uma só que fosse, que primasse pela objectividade, pelo rigor jornalístico, pela preocupação da informação versus desinformação, sempre que uma notícia sobre aquela grande empresa vem à ribalta e desce sobre o “grande público” pagante que, com generosidade, a sustenta.
Pressões grosseiras? Nada disso! Para quê? O tráfico de influências basta. Se calhar, o mero interessezinho reverencial, pois afinal somos todos primos, não é?… Não sei e nem me perguntem. Mas alguma coisa há-de ser…
Interessa, sim, apenas reafirmar o que já afirmei: em duas, três dezenas de anos, não me lembro de ter lido ou ouvido UMA só notícia objectiva e, daí, honesta, divulgadora, informativa, crítica, para amostra.
Em contrapartida, notícias por encomenda – daquelas de que já se conhece, internamente, o teor antes mesmo de serem editadas – são quase diárias.
E se assim é com uma empresa, imaginemos o que se passa com o espectro político…
Penso ser esta a preocupação que Sua Excelência, o senhor Presidente da Repúblida Jorge Sampaio exprimiu, ainda que de forma tão reticente, nas suas mais recentes declarações sobre o “caso” prof. Marcelo.
A liberdade de informação, neste Portugal que já se quis de Abril… só mesmo acompanhada pela canção do Jorge Palma: deixa-me rir…