(Talvez porque precisemos de referências, de raízes, de nos sabermos vivos, para melhor encarar o Sol matinal no semi-deserto urbano dos afectos… Pois é verdade, foi lá que eu nasci…)



Porque se basta a si mesmo

E é de granito

Porque se ergue como um só

Com um só grito

Este é o Porto em que eu nasci

Mas não habito

Que me conforma em matriz

Que eu aceito

Ainda que longe e distante

Do meu peito

Este é o Porto de que eu gosto

E que é invicto

E é nobre e popular

Sem ser perfeito

Mas que é de luta e de revolta

E é afoito

Este é o berço obstinado

E aflito

Porto de preces e rabelos

E de mitos

Este é o Porto terra-mãe

Em que acredito.