(Proposto ao Passatempo DN – Histórias Cem Palavras – Marcado Por Um Livro)
O JOVEM E O MAR
João liberta o enésimo peixe da cana de “pesca grossa”, como gostava de lhe chamar. Há no gesto um enfado que não disfarça, sublinhado pela ira com que lança o belo espécime amurada fora da sua velha enviada.
Espreita ainda o mar, buscando o “seu” espadarte… Lera “O Velho E O Mar”, de Ernest Hemingway, na sua adolescência tardia e, desde então, montara um suporte especial na popa da enviada, onde pontuava a sua cana iscada para espadarte, acompanhando a faina diária.
Viria o seu dia. Tinha-o por certo. O mar ensinara-o a esperar.