Porque há este Sol?
Porque há este mar?
Porque passam os dias nesta urgência de andar?
Porque se calam as aves neste mar de calor?
Porque ficam esperas de tempo a cumprir?
Porque andamos tão sós à procura do amor?
Porque é tão curta a vida e tão longo o penar?
Porque ficam os rios sem pressa de ir?
Porque estamos para aqui a voar, a voar?
Porque queremos partir não sabendo chegar?
Porque somos o vento no monte a bater?
Porque há tanta flor a abrir e secar?
Porque é tão fugaz o restolho a arder?
Porque há este Sol?
Porque há este mar?
Porque vamos de férias quando há tanto a fazer?
– Jorge Castro
(Melancólico, eu?… Nem por isso. Talvez mais à procura do acessível carpe diem.)