1. Morreu Ronald Reagan. Ouvi eu a diversos comentaristas, em exéquias analisantes, referirem-se a Reagan como “carismático” líder dos States… Não é que isso me faça urticária por aí além, farto que estou de ouvir baboseiras mas, a bem de um certo rigor histórico, não é verdade que Ronald Reagan era, à data da sua governação, o maior centro do anedotário internacional?

Carismático?… Porquê?

Ah, pois, a queda do Muro… Foi ele, claro. E só ele. Com um martelinho e um escopro, era vê-lo, no derrube, centímetro a centímetro…

A propósito de carismas e de muros, ainda alguém se lembra, por exemplo, do Lech Wallesa? E do Solidariedade?

2. O Dia D. Importante pilar da liberdade do mundo ocidental. Sem dúvida.

E o contributo americano foi decisivo. Sem dúvida.

Mas não me venham dizer que os amigos americanos se decidiram a desembarcar na Normandia tão apenas preocupados com o bem-estar e as liberdades cívicas dos irmãos europeus, que esse é um argumento tão coitadinho e imbecilizante que reduz a História e a política internacional a um mero jogo do galo.

3. Questão do dia: porque será que, para além do Euro 2004, há esta tendência para apenas dar realce ao que se passa nos States? O resto do mundo já fechou?