Tese: Pois é. Os gajos não se gramam uns aos outros. A grande questão é saber, então, porque vivem juntos. E aí as teorias divergem, os analistas fumegam, a lógica abatata-se…

Defesa da dita: Ah… de quem se fala? Do Santana e do Durão, pois….

Vejamos:

Um tipo quer entrar em Lisboa e não pode, pelo menos em condições que lhe assegurem um mínimo de sanidade mental até à velhice.

Os buracos nas estradas e passeios proliferam mais do que coelhos com cio.

O estacionamento em segunda fila já é um dado adquirido e aparente conquista lusitana e estúpida do cidadão, sendo certo que as chamadas “autoridades” emigraram para parte incerta (talvez para o Iraque que os parta!…). Tirando uns marcianos verdes que passam multas a quem esteja sem pagar o estacionamento, nada mexe, nada respira, nem mesmo nada bulia na serena melancolia…

A verba para a tinta que delimita faixas de circulação e orienta o trânsito deve ter sido desviada para os submarinos ou para os helicópteros – em qualquer caso, sempre para os antípodas da rede viária urbana – promovendo o caos e o pulular dos famigerados condutores “atrevidos”, que pululam como cogumelos na podridão viária, como espécie de “serial killers” de novo tipo.

As pequenas obras inacabadas dão a Lisboa o ar de um campo de desvairados arquólogos indecisos.

Se hoje se filmasse um filme catastrofista na capital, não seria necessário recorrer a terramotos ou outros efeitos especiais complicados… Bastaria a originalidade a que estamos tão habituados de uma avassaladora onda de merda de cão.

No meio de tudo isto e de tanto mais que poderia dizer-se, o bom do Santana, rindo de alto nas trombas do povo, e num aparente boicote à acção “civilizadora e arrojada” de Durão, seu suposto irmão de armas, avança sem medo para o túnel das Amoreiras, qual toupeira enlouquecida, em pleno Rock in Rio e Euro 2004, que como se sabe são a “versão 2004” da epopeia dos Descobrimentos nos idos de quinhentos e o trampolim que nos atirará para o topo do Universo… durante quinze ou vinte dias.

Qual teria sido a ideia ou a noção de oportunidade deste homem da camisa azul e da gravata rosa?

Eu tenho cá para mim que isto tudo se integra é numa imensa conspiração! Sim, isso mesmo! Só ainda não sei ao certo de quem nem contra quem. Mas que é uma conspiração, não tenho a menor dúvida.Quando vir por aí o Nuno Markl hei-de perguntar-lhe…

(Nota post-post: este texto sofreu ligeiras modificações em relação ao inicial, por ligeiros lapsos de transmissão de informação… Lá está! Tudo conspira, minha gente…)