Perpassei, perplexo, pelo Abrupto e pelo eco que faz de comentários desvairados dos seus (dele) estimados leitores, defensores da tese de que os eleitores espanhóis se terão acobardado pelos atentados da Al Qaeda, tendo ido a correr votar no PSOE…

Corajosos, somos nós! E de garganta, então!…

Grande parte do chamado cidadão comum espanhol confirmou, da pior forma possível, os ‘efeitos colaterais’ do apoio que o seu governo deu a Bush na invasão – unilateral e infundada – do Iraque. Que, aliás, o povo espanhol largamente condenou. E o tal cidadão decidiu agir em conformidade. Honra lhe seja. Para isso se vai a votos, em democracia.

Nós, por cá, é que somos os maiores: primeiro, o semi-Durão pôe-se em bicos de pés para o verem na fotografia a 3 e1/2, lá pelos Açores, sem pedir ou dar satisfações ao povo. De seguida, manda um contingente, com material emprestado, para o Iraque, segundo parece mais para a defesa do próprio local onde se encontravam instalados do que para outra qualquer missão, outra vez esquecendo-se do povo. Por fim, temos os nossos jornalistas a acender velinhas a Nossa Senhora de Fátima para que haja um atentado no 2004, mesmo que os terroristas internacionais não estejam para aí virados…

Será para assumirmos importância no mundo, buscando tradições históricas de martírio? Ou será mesmo só por parvoíce destes jornalistas, a quererem vingar-se de uma bala que feriu uma lusitana nádega jornalista?

Felizmente, com estas especulações, há já três dias que não se fala da Casa Pia, terrorismo doméstico que ninguém parece saber (querer?…) combater. Cuidado, irmãos, que ainda o pagareis caro nas eleições!…