A OrCa tem destas fra(n)quezas: às vezes julga-se lírica e lá vai disto. Para vocês, que me visitaram,
Ao sabor da corrente
Passo a passo
do que eu faço
recebo de vós o abraço
Não foram muitos
só mil
alguns beijos
cem abraços
cem olhares
duzentas mãos
São o que são
mas assim
se faz o chão
dos meus passos
Peço meças às pessoas
àquelas em que me enlaço
um regaço quente sinto
pressinto o calor de um braço
sei-te bem ali defronte
desafiante pessoa
aventura estimulante
por neblinas filtrada
um sonho fugaz que voa
um fio de rio estreito
que a tormenta agiganta
e que já é mar depois
Éramos dois na contenda
Somos quantos mais agora?
Somos tantos que a aurora
Nos enche de madrugadas
Somos tantos que o mar
Só para nós se faz corrente
Somos tantos que apetece
Sermos só nós o bastante
Deste fluir que parece
Sermos tudo de repente
A percorrer tanta estrada
Lançada em caminhos novos
Olhar cheio de futuro
Com mãos vazias de nada
E nem o fogo nos funde
Sendo assim tão feitos de aço
Neste cadinho da vida
Que o dia-a-dia confunde
Tempera-nos a solidão
Quanto nos molda um abraço
Passo a passo
Assim me faço.
A OrCa espera, sinceramente, que façam o favor de ser felizes!