Recessão? Ai, não!… É cada um de nós (pelo menos, a maioria) olhar para a carteira e desvendar-lhe os despojados interiores, como há muito tempo não acontecia. Uma pouca-vergonha, aqueles interiores todos à mostra!
Mas ele há ilhas: depois de não-sei-quantos-anos a acumular prejuízos, a TAP aproveita a recessão e zás!, apresenta uns lucros do caraças! É como os bancos: nunca tiveram tais lucros!… Dá para perceber? E o meu velhote que tanto queria que eu tivesse estudado economia… Devia ser com um receio adivinho de que eu desvendasse assim a minha ignorância em hasta pública.
Já a maior parte das empresas públicas continua a dar prejuízo. Mas isso não é mau. Assim c’umàssim, sempre nos transmitem uma confortável sensação de estabilidade, de continuidade, que anestesia o stress nacional.
A gasolina “liberalizada” ficar cada dia mais cara, também já nem se estranha. Estranho seria o contrário. É a “concorrência” à portuguesa, no seu melhor e o Zé Povinho a servir de tambor ou de pião das nicas.
Agora aquilo da cerveja Sagres em lata sair, em Espanha. 14 cêntimos mais barata do que em Portugal, isso é que não é admissível! Abaixo um governo que permite que tal destempero ocorra, com incidência tão marcante na identidade nacional e tão mau exemplo para a malta mais nova! De certeza, certezinha, que aquilo é boicote ao 2004 e devem estar todos feitos com as máfias da Casa Pia e com o afundamento do Prestige!
Há coisas que, realmente, fazem sentir – de forma candente – a necessidade da mudança. Resta saber de quê: de governo, de povo, de país?… (Mas olhem que esta diferença de preços na Sagres é grave!… Não parece, mas é!… Vocês brincam, mas olhem que isto é muito sério…)
É que um tipo distrai-se com estas coisas e, de repente, zás! outra vez, e cai-nos um Santana Lopes na sopa da Presidência!…