o Grupo Coral ViVa Voz e os poetas da Apenas
na 99ª sessão das Noites com Poemas

Será já na próxima sexta-feira, dia 18 de Julho, na Biblioteca Municipal de Cascais – São Domingos de Rana, que terá lugar a 99ª sessão das Noites com Poemas. Como tem sido tradição nestas sessões de Julho, contaremos com os Poetas da Apenas, o que, por si só, é garantia de boas e suculentas surpresas.
Mas contaremos também, como convidado especial, com o Grupo Coral VivaVoz, sob orientação do maestro Eduardo Martins, que abrirá a sessão. Constituído por antigos alunos do Liceu de Oeiras, posso assegurar-vos um excelente desempenho, tanto quanto já me foi dado ouvi-los! Vejam o programa  –Celebrando a Vida e a Paz… – que poderá vir a ser acrescido de alguma surpresa:
Shalom Aleichem    –   Canção Hebraica (Arr Gil Ademá)
Pastime with good company    –   Henrique VIII (1509?)
Tourdion    –   Mel. Medieval (H. Pierre Attaignant) séc. XVI
Tiko funa    –   Eurico Carrapatoso (1962)
Adiemus    –   Karl Jenkins (1994)
Logo depois, terá lugar o lançamento do livro de Eduardo Martins – outro, sendo este poeta e arquitecto – Po(rt)emas Apenas, notável exercício de cidadania, que terei o maior prazer em apresentar. Também Mário Piçarra, tendo musicado um poema de Eduardo Martins, nos trará um ar da sua graça. 

Fernanda Frazão, em seu nome e da Apenas Livros, dará, de seguida, todos os motes para que a sessão se desdobre e visite alguns dos incontáveis percursos que esta editora tem apoiado. 

Dos demais… seria falar demais! Virão vários, como sempre. Se calhar, muitos. E, como sempre, a riqueza do nosso espaço será engrandecida pela presença de cada um. Daí que queiramos contar com o maior número possível – essa a dimensão da nossa ambição.
E haverá livros, claro, do Eduardo e etc., etc, etc.

noites com poemas
com Rogério Charraz
e Manuel Veiga

A canção enquanto mensagem, foi o tema proposto para a 98ª sessão das Noites com Poemas, na Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana. 
Feito o anúncio, passei à apresentação dos convidados: Rogério Charraz, proponente do tema… 

… e Manuel Veiga, autor do livro Poemas Cativos, editado pela Poética Edições. 

Rogério Charraz , de quem faço questão, em primeiro lugar, de destacar a total disponibilidade para esta nossa sessão, em altura do ano pouco propícia a acções pro bono para quem vive da sua profissão… 

… ainda para mais, pelo seu grande envolvimento e empenho no tema proposto, que expôs com desassombro, segurança e lhaneza, combatendo estereótipos que alguns teimam em associar  a um longo cordão de cantores e autores (cantautores, como lhes vão chamando…) que encheram – e enchem, ainda, como ficou provado – as nossas cabeças de sonhos, cumprindo o mais importante, como diria Gabriel Celaya, e que são gritos no céu e na terra são actos. 

Perante um grupo de assistentes interessados e colaborantes, recordei, muito a propósito do que estava a ser dito, uma entrevista a José
Mário Branco, acerca de José Afonso e da sua música: «[A conotação de José Afonso
com a luta política] é o resultado de um epíteto que a certa altura se começou
a usar em Portugal, inventado em grande parte para ser atribuído ao Zeca e
àqueles que se inscrevem no movimento que o Zeca começou, o de cantor de
intervenção
. [Epíteto] que tem, a meu ver, dois defeitos: o primeiro é que,
se o Zeca é um cantor de intervenção, dá a impressão que o Tony Carreira e o
Marco Paulo não são cantores de intervenção, e a verdade é que são, até
intervêm muito mais que o Zeca ou qualquer outro. E o segundo é que [este epíteto]
é uma maneira de diminuir o alcance da obra dele, porque a obra do Zeca tem
algumas canções políticas, contestatárias, de protesto, de testemunho de lutas
concretas. Mas tem muito mais que isso: tem canções de amor, canções poéticas,
canções de todo o género
».

Rogério Charraz defendeu a tese com sabedoria e levou-a à prática com a sua magnífica voz e grande mestria instrumental, guiando-nos através de um percurso recheado de canções que vogam no nosso imaginário, enformando-nos, afinal, enquanto portugueses, aqui
Dele direi, em metáforas muito concretas, que hasteia essa bandeira do livre pensamento, do Maio em flor, do amor sempre de novo inventado, prova viva de que a vida continua, a sementeira floresceu, como todo o ciclo de vida se refaz. Parece, pois, que sempre é verdade que não há machado que corte a raíz ao pensamento…   

Coube-me, de seguida, dar voz a alguns dos belos Poemas Cativos (apenas na sugestão do autor, digo eu, pois respiram liberdade todos eles…), como introdução prática ao livro de Manuel Veiga, companheiro de longa data de muita vida passada nos blogues, ambos cuidando que essa passagem seja, de um e de outro modo, útil e proveitosa.

Depois, o Manuel levou-nos em passeio curto, mas pródigo, através dos seus calcorreados caminhos…

… onde, curiosamente, viemos a encontrar-nos próximos, por acasos em que a vida é pródiga… 

… tendo feito o Manuel Veiga a ponte que uniu todos esses percursos, alicerçada nas convergências com o que Rogério Charraz ilustrara no início desta nossa sessão. E que, no seu caso, desaguara neste livro, uma mão-cheia de olhares cheios de sabedoria para a vida em seu redor e que vai deixando já nas mãos dos seus netos, para que o eterno ciclo referido se vá cumprindo.  

Rogério Charraz voltou à liça, por descaminho meu, mas que colheu aplauso antecipado da audiência…

… e, se possível ou necessário fosse, mais convencidos nos deixou!

Eu e Manuel Veiga inaugurámos a parte da sessão dedicada a quem trouxe algo para partilhar, como foi o caso de… 

– David José Silva
– Francisco José Lampreia

– Ana Freitas

– Cápê

– Rosário Freitas

– João Baptista Coelho

– Sofia Barros

– Emília Azevedo

– Miguel Partidário

– A mais recente produção de Rogério CharrazA Chave

– Os Poemas Cativos, de Manuel Veiga

E o final, muito especial, de Rogério Charraz, em boa hora sugerido pela plateia.

Os nossos amigos entretiveram-se, então, com a distribuição de afectos e autógrafos.
E assim fomos. Enormes. Felizes. Entre gente que se quer entender e dar a entender, muito para além das minudências que nos caracterizam a todos… e que é fundamental que assim seja.
Fotografias de Lourdes Calmeiro

convite –
Rogério Charraz nas Noites com Poemas

Por muitas voltas que um cão dê para se deitar, trata-se de coisa muito consensual o dizermos que quando um poema se aconchega a uma melodia ou uma melodia a um poema, acontece, em parto mais ou menos natural, uma canção. 
Depois, há uns quantos que consideram, por isso, que o poema se apouca; outros mais que a melodia se empobrece. Mas o que, na verdade, nos fica de quantas opiniões vão passando, é o nosso trauteio de uma canção que nos cai no goto, e isso, afinal, é o que lhe confere grandeza… e nos traz a tão escassa felicidade. 
No próximo dia 20 de Junho de 2014, pelas 21h30, como sempre na Biblioteca Municipal de Cascais, em São Domingos de Rana, teremos como convidado o cantor Rogério Charraz que nos trará: 
A canção enquanto mensagem
E que nos propõe o seguinte: O que cabe dentro de uma canção? O Amor, certamente, em todas as suas variantes, dos felizes aos não correspondidos. Mas também a consciência social e política. Cabe a história, o puro entretenimento e até cabe a saudade, essa coisa tão difícil de explicar. E cabe, claro, a sua eterna amante: a poesia! 
Venham, então, ouvir algumas notas, dessas que quanto mais se usam, mais se multiplicam – seguramente um meio profilático e muito acessível de combater crises (destas e doutras). E tragam convosco, também, as vossas inestimáveis palavras.
Abraços.

E, ainda, a tempo… correndo os ventos de feição, contaremos, também, com a presença de um grande companheiro destas lides bloguísticas, Manuel Veiga, de sua graça, que nos trará o seu livro recentíssimo e que muito recomendo: Poemas Cativos, com edição da Poética Edições. 

um poema das nossas vidas…

Conforme o alinhamento previsto, iniciámos a sessão com a apresentação de dois novos «nascituros»: Repensando Pessoa (edição Lua de Marfim), de Francisca Arribó, e Ti Miséria e Outros Contos ConVersos, de Jorge Castro (edição Apenas Livros). 
Ultimando tácticas após a determinação de estratégia, assim a modos como «agora, que ninguém nos ouve…».

Como habitualmente, foram dadas as boas-vindas aos presentes… e resistentes, num dia em que se contaram por dezenas as ofertas no âmbito cultural, só no concelho de Cascais… 

A Júlia Franco (Francisca Arribó), costumeira presença das nossas sessões, coube, desta feita, subir ao «púlpito» e ombrear na apresentação da sua obra, de cariz didáctico, conforme reiteradamente provou.
   
 Por razões que não vêm ao caso, o livro não pôde estar disponível nesta sessão, apesar da sua apresentação feita, pelo que poderemos e deveremos contar com ele em sessão próxima.

Um apontamento de afecto e gratidão ao referir as pinturas de Bernardete Gomes que compõem esta obra. Como se refere na contracapa: «Sim. As palavras têm poder. Ou são insuficientes quando a emoção é grande. Ou o sentimento».  

Após esta curiosa e amena proposta, prossegui eu, agora com a minha Ti Miséria e Outros Contos ConVersos
Truculentas, galhofeiras, densamente ligeiras ou ligeiramente densas, algumas das histórias que as nossas avós contavam…. 

 … com toques diversos e algo desvairados que alguma actualidade lhes possa transmitir. Ele aí fica, um livro mais, para o que der e vier!
Depois, pedia-se aos circunstantes que nos trouxessem o poema das suas vidas… enfim, o que foi seguido com alguma falta de rigor em relação à sugestão, mas porque assim deve (pode?) ser quando de poesia se trata. E o desempenho foi cumprido, por cada um, a seu modo.
– Emília Azevedo

– Maria Maya

– Eduardo Martins

– Francisco José Lampreia

– João Baptista Coelho

Maria João d’Avis

Jorge C. Rodrigues

– Fernando Alves

– Fotografias de Lourdes Calmeiro

convite – noites com poemas
um poema da sua vida

Amizades,

Por este motivo ou aquele, por um amigo ou nem tanto, por acidente ou por querer, mesmo na noite mais triste e, tantas vezes, em tempos de solidão, em algum momento das nossas vidas tivemos a companhia de um poema a construir novas oportunidades de vida, a facultar-nos outros modos de ver, a incorporarem-se em nós como epiderme renovada e, até, como um coração restaurado, um sopro de ânimo que já tardava…

É esse poema que se sugere seja por cada um de vós trazido à próxima sessão das Noites com Poemas, no dia 16 de Maio de 2014, pelas 21h30 – a nossa 97ª sessão! – na Biblioteca Municipal de Cascais – São Domingos de Rana. Para partilha, catarse, solidariedade; por militância ou apenas por um momento de lazer melhor passado.

Entretanto, aí terão lugar, também, duas sucintas apresentações de obras acabadas de nascer:

– de Francisca Arribó, Repensando Pessoa, com edição da Lua de Marfim.

– de Jorge Castro, Ti Miséria e Outros Contos ConVersos, com edição da Apenas Livros.

Pois é, como sempre, pela poesia é que vamos, como já lá dizia o outro… E, seguramente, quantos mais formos, melhor, que ele há um tempo para intimismos e outro para a poesia sair à rua. E Maio é um tempo esplêndido para tal.