diário da campanha – momentos de reflexão (3)

Lisboa, ali para os lados do Saldanha…
Como quase sempre inovador, Portugal de há muito encara a leva de refugiados migrantes com a bonomia de um espírito acolhedor e solidário… ou não esperássemos nós tanto que os outros fizessem o mesmo aos nossos próprios aflitos emigrantes…

diário da campanha – momentos de reflexão (1)

Muito para além dos «resultados das sondagens» que nos perturbam e esmagam este tempo de suposta reflexão pré-eleitoral  – ah, que quando eu mandar, a sua divulgação pública há-de ser proibidíssima por constituir perversão antidemocrática… -, interessa ao cidadão olhar à sua volta com os olhos que a sua consciência cívica e comunitária lhe ditem.
Tentarei, pois, reflectir neste espaço algumas imagens e parcos comentários, extraídos da actualidade muito recente que constituam elemento objectivo (tanto quanto possível) de prova quanto ao estado a que isto chegou, como diria o Salgueiro Maia.  
E cá vai a primeira:
– Todos os dias, a partir das 6 ou 7 horas da manhã, na praça de Entrecampos, Lisboa, qual lugar de peregrinação das almas aflitas, constitui-se uma longa fila de cidadãos, à porta dos serviços da Segurança Social… cujo edifício, aliás, tem vindo a deixar cair algumas partes de si mesmo, face à sua relativa vetustez e notória falta de manutenção.
A fila já tem, por sobre si, um coberto de protecção, ou não fosse aquilo a Segurança Social…

dizer tudo, sim, mas sempre com um ar sério…

Se eu vos disser, com um ar tão sério que mete dó, que, desde as mais recentes declarações do Sr. Silva e do Sr. Coelho o mundo começou a girar ao contrário, vocês acreditam? 
Se eu vos disser, com o mesmo ar seríissimo, que só votando a fazer o pino é que os «merklados» terão fé nas nossas possibilidades, vocês acreditam?
Se eu vos disser, mas tão sério que as pedrinhas da calçada se comoverão, que o Pai Natal, afinal, existe e neste Natal descerá à terra para oferecer a ponta de um corno (de rena, claro) a cada português, vocês acreditam?