trampice

Antecipando-me à nomeação da palavra mais usada para o ano 2017, deixo aqui já a minha proposta para a selecção de um semi-neologismo que, face ao despautério mundial que a eleição desta sinistra personagem suscita, irá andar nas bocas do mundo todo. 
Esperemos que seja pela resistência e combate, também mundiais mas, principalmente, em solo americano, à sua existência nefasta.
Claro que aportuguesei o termo, o que me pareceu, aliás, fazer todo o sentido!   

alguém sabe como é que os cães ladram em americano?
– questão dirigida aos adeptos de BD

Tenho andado a ser violentado por um determinado tipo de cançonetas (?!?…) que me aparecem na rádio sem pedir licença – até nas emissoras mais insuspeitas – e porque tudo aquilo me parece surpreendente demais para ser verdade, mas porque assisto a festivais e outros que tais onde a rapaziada se desgrenha a acompanhar o cançonetista (?!?…), decidi efectuar uma pesquisa que me proporcionou uma descida alucinada a um universo piroso de que não fazia ideia, a não ser nalguns pesadelos urbanos, daqueles em que acordamos todos suados e com a sensação de que acabámos de correr uma maratona… 
Mas porque o saber não ocupa lugar e um homem deve estar completado com a emergência dos seus dias, lá fui ver o que se passava. As pérolas são mais do que muitas, de tal modo que acabei por apanhar um excerto aleatório, que convosco partilho.
Os intérpretes sofrem todos muito do mal da coita que, como se sabe, é o mal de amar. São, por isso, uns coitados. Gemem, choram plangências delicodoces até ao vómito e as lágrimas correm-lhes em ímpetos descontrolados, entre angústias existenciais, dores de corno e suspeitas de impotência. E continuam a gemer – oh, baby – e atiram telemóveis contra a parede como se não houvesse amanhã – oh, yeah – e fazem-no sempre com vozes aflautadas e trémulas que não auguram nada de bom…     
Vejam só:
Eu quero esquecer
Tua traição
E arrancar esta mágoa do meu coração
Mas está difícil (ta ta ta ta ta ta ta ta)
Mas está difícil (ta ta ta ta ta ta ta ta) oh yeah

Lhe tocaste aonde?
Lhe beijaste aonde?
Lhe falaste o quê?
Eu quero saber!
Lhe agarraste como?
Lhe Fizeste como?
A imaginação está-me a remoer eh eh
Como foste capaz?
Como foste capaz?
Será que também lhe disseste eu te amo?
Como dizes a miiimmmm…. (prolongável até ao infinito)
(Se alguém me pedir, eu anuncio a autoria… Mas é de um senhor que anda por aí, nas revistas da especialidade).
Experimentem «cantar» este naco em frente a um espelho, sentados ao contrário, isto é, de cabeça para baixo, todos nus, numa cadeira estofada e depois de comerem um belo cozido à portuguesa, por exemplo – outras variações serão admissíveis, como ficar de pé, também todos nus, mas com duas molas da roupa presas aos mamilos…). 
Verão que, rapidamente, a voz se vos começa a aflautar e vos surge a sensação de que a vossa vida sentimental nunca mais será a mesma…
O que terá acontecido à Humanidade depois de terem aparecido os Doors ou a Pedra Filosofal?

é Carnaval… podia ser bem pior!

(só para que não se diga que, por este blog, a coisa anda algo parada…)

Carnaval à Bulhão Pato
tão pacato e perna à mostra
mesmo com pouco recato
não vejo ameijoa nem ostra…

talvez que seja da crise
que não deixa vir à tona
e se apuro algum deslize…
ora, gaita, é matrafona…!

quem chamou a troika?

Não vá o Diabo tecê-las e em face das desvairadas opiniões sobre este ponderoso assunto, aqui deixo a informação de que também não fui EU que chamei a troika!