by OrCa | Nov 24, 2013 | Sem categoria |
Lá fomos – e tantos fomos! – ouvir, ver e cantar as canções da nossa liberdade. Aquelas palavras rodeadas de música por todos os lados que são, tantas vezes, as nossas ilhas de referência, os pilares de sanidade mental mesmo na noite mais triste, em tempos de solidão, de que nos falava um poeta noutra dessas canções.
Na grande sala, tornada exígua por tanta participação, e à hora
aprazada, fizeram a sua entrada os Estrelas do Guadiana, grupo de cante alentejano que nos vai
sendo sobejamente conhecido…
… e que se integrou na festa, dando o mote, com interpretações bem marcadas como O Hino do Mineiro ou a incontornável Grândola, Vila Morena.
Também com eles se iniciou a participação activa, em coro alargado a quantos quiseram unir vozes para nos aquecer a noite e o espírito.
Chegou, logo depois, a vez de dar entrada ao nosso convidado da sessão, João Balula Cid, pianista e compositor e o tanto mais que vem fazendo da vida…
… e que, no caso, nos presenteou – como tive oportunidade de referir – com a extensão do desafio a um cordão de afectos que, correspondendo ao singelo apelo da amizade, se disponibilizaram, com ele, a proporcionar-nos uma belíssima noite evocativa…
… de três momentos d’As Canções da Nossa Liberdade: o período imediatamente anterior ao 25 de Abril, os cânticos da Democracia conquistada e, por fim, as canções dos dias de hoje.
Excelente anfitrião, para além dos seus dotes musicais consabidos, João Balula Cid foi-nos apresentando aqueles que nos acompanharam em mais uma memorável sessão das Noites com Poemas… Porque foi, na verdade, mais uma memorável sessão das Noites, nem sei que outro adjectivo melhor a ilustre.
E foram, então, estes os amigos que o acompanharam, para nosso enlevo:
– Henry Sousa (baterista)
– Nelson Oliveira (viola-baixo)
Ambos integrantes do trio de João Balula Cid.
– Doris Himmer, com arrebatadas e arrebatadoras interpretações de canções já nossas,
como A Desfolhada ou A Tourada.
– Nuno Gomes dos Santos, a sublinhar, relembrando, através de notáveis poemas de sua autoria, a importância da palavra nas canções da nossa liberdade…
… a que deu cor e forma, partilhando connosco vários temas musicais de sua autoria …
… de braço dado com Sandra Costa, nóvel voz com muito ainda para virmos a conhecer, mas de quem colhemos já belo efeito…
… e que ajudou a transportar-nos, pelas canções fora, até aos nossos dias.
Nós todos – e éramos bem mais do que alguns… – íamos enchendo a alma com essa ideia peregrina e, ainda assim, de tanta consistência de que a canção é uma arma, conceito que aí está para durar, como se ia provando, a cada passo dado nesta noite.
– José Fanha, com o sempre renovado fôlego, carreando esse veículo dos afectos, mas também de combate, em forma de poema, que é seu apanágio.
Palavra a palavra, as palavras ditas foram-nos percorrendo, despertando emoções, desvendando segredos e tornando-nos melhores seres viventes.
– Carlos Alberto Moniz trouxe-nos a sua proverbial bonomia, lúcida e clara,
de um sorriso à flor da pele, mas um sorriso digno de ser vivido.
E, caros amigos, gente assim, sempre a saber estar para nosso desfrute,
enche invariavelmente uma sala e enche-nos inevitavelmente o coração.
Quase a finalizar, a evocação a José Afonso. E, sim, vieram mais cinco juntar-se uma outra vez a todos, tornando impossível quantificar que bem ali se estava…
… mas com a certeza de que esses cinco se multiplicaram por muitos.
Em conclusão e a pedido de quantas famílias e, até, de elementos soltos que por ali se encontravam, sem arredar pé, «obrigámos» o nosso convidado João Balula Cid – que acompanhara ao piano, de fio a pavio, cada intervenção – a presentear-nos com uma interpretação a solo…
… de impulso irresistível, na hora do farto aplauso, em pé e por claríssima unanimidade!
Um tempo breve para informação sobre a obra discográfica de João Balula Cid, disponível na sessão…
… a oportunidade circunstancial para reencontros, autógrafos e demais abraços…
… e, até, para amizades novas.
Não, não! Não foi bonita a festa, pá. A festa É sempre bonita!
Um grandíssimo agradecimento a todos, uma outra vez e sempre, a começar pelo João Balula Cid que teve artes de nos proporcionar este encantamento.
Uma palavra final de agradecimento à Junta de Freguesia de Carcavelos-Parede, que, através das Noites com Poemas, quis ofertar os dois volumes da obra Carcavelos dos Cinco Sentidos a cada participante.
– Fotografias de Lourdes Calmeiro e de José Freitas
by OrCa | Nov 10, 2013 | Sem categoria |
Houvera já a inauguração da exposição dos comemorativa dos 15 Anos de Pintura de Ana Camilo, muito digna e merecedora de um olhar cuidado, para além de excelentemente concorrida, no passado dia 02 de Novembro, na Junta de Freguesia do Estoril (ou Cascais-Estoril, se preferirem…).
A convite da autora e integrada nas acções que acompanham a vida desta exposição, propus-me convocar um grupo de amigos para organizar uma sessão de poemas, com o mote:
Um grupo de poetas das Noites com Poemas celebra a Pintura de Ana Camilo sob a forma de poemas, em comunhão e convergência de estéticas.
À guisa de apresentação, assim ficou dito:
Um grupo de amigos, uns mais antigos, outros mais
recentes, foram-se descobrindo em redor da poesia, em sessões mensais a
que chamamos Noites com Poemas e que ocorrem na terceira sexta-feira de cada mês na Biblioteca Municipal de Cascais de São Domingos de Rana.
Foram trazendo, em cada sessão, o melhor de si que cada um
cria ou inventa para partilhar com os demais em forma de poema e, assim,
foram constituindo um corpo. Mas um corpo diversificado, onde a
personalidade criativa de cada um sobressai e se afirma sem sobressaltos
de qualquer colectivismo inibidor – que, no caso, nem fará sentido e
desvirtua, até, o espírito matricial destes encontros.
A liberdade é, pois, a palavra de ordem e a bandeira que muito nos apraz empunhar. E é a diversidade que nos enriquece.
É,
pois, neste espírito de partilha, cultivado aqui com alguns dos que dão
forma a este corpo, que nos disponibilizamos, de bom grado, a cruzar
caminhos com a Ana Camilo
e a sua Pintura, entrelaçando experiências que, uma vez mais, na
multiplicidade de géneros pessoais e artísticos, a todos enriquecerão.
Os poemas que traremos versarão a Pintura através das
palavras, consoante os olhares de cada autor. Ou, dito de outro modo e
interrogativamente, como mostrar em palavras o que a Pintura nos
suscita?
E estiveram, de corpo e alma, neste projecto:
– Eduardo Martins
– Ana Freitas
– Francisco José Lampreia
– Luís Perdigão
– Jorge Castro e Ana Camilo em passeio pelo «parque de pintura».
– A anfitriã e os participantes…
… aqui acompanhados por outras amizades, imprescindíveis à organização do evento.
Parabéns, Ana, e boa porfia! Quando precisares de nós, já sabes: andaremos por aí…
– Fotografias de Lourdes Calmeiro
by OrCa | Nov 8, 2013 | Sem categoria |
Podia apresentar-lhe 15 boas razões para passar este fim-de-semana pela Galeria de Arte da Junta de Freguesia de Cascais e Estoril, e visitar a minha exposição “15”, mas basta apresentar 2: Poesia e Teatro.
Convidei uns amigos talentosos que nos vão surpreender com duas noites culturais inesquecíveis:
– 8 Novembro, sexta-feira21h | Sessão de Poesia – “15 anos de pinturas em telas e poemas”
Sessão de descoberta e partilha poética, onde a personalidade criativa de cada autor/a sobressai e se afirma, num exercício de liberdade e criatividade, que nos conta em palavras os 15 anos de pintura e arte.
Ana Freitas, Eduardo Martins, Francisco José Lampreia, Jorge Castro, Luís Perdigão, são um grupo de amigos, uns mais antigos, outros mais recentes, que se foram descobrindo em redor da poesia, em sessões mensais: as Noites com Poemas que ocorrem na terceira sexta-feira de cada mês na Biblioteca Municipal de Cascais de São Domingos de Rana.
– 9 Novembro, sábado21h | Performance Teatral “Um Homem de Negócios”
Quando o trabalho assume a centralidade da vida de alguém, este esquece tudo o que o rodeia. Até ao dia em que o despertar dos laços familiares o fazem mudar de atitude, abandonando a escuridão em que vivia. Manuel Maduro, actor e encenador amador já representou e encenou vários trabalhos. Desenvolve o seu trabalho em quatro espaços diferentes, envolvendo cerca de 46 atores/atrizes amadores/as, todos/as unidos/as pelo amor ao teatro. Grupo “Os Padurar.”
Apareça, vou estar por lá!
by OrCa | Out 20, 2013 | Sem categoria |
Outros Poemas de Menagem nasceram, de parto natural e sem dor, em ambiente de afectos e convergência de sentires, em busca de alento e tentando contribuir, com tal nascimento, para que se desenvolvam outros paradigmas e enlaces, apesar do ar rarefeito em que vivemos.
Na Junta de Freguesia de Carcavelos e Parede, em 18 de Outubro de 2013, fundindo a 90ª sessão das Noites com Poemas com as Comemorações do Dia de Carcavelos, a noite foi festiva, alegre, emotiva, com alguns arrebatamentos, mesmo, e recheada de cumplicidades.
Isabel Martinho, presidente da Assembleia de Freguesia, abriu a sessão…
… logo seguida da intervenção da presidente da Junta de Freguesia, Zilda Costa da Silva, enquadrando a actividade não apenas com as comemorações do Dia da Freguesia mas, também, como exemplo do cunho cultural que tem sido e continuará a ser apanágio da acção desta instituição autárquica, no que ela representa de comunhão com a comunidade onde se integra.
Ana Paula Guimarães, a quem com toda a propriedade e muito justamente atribuo o cognome de madrinha de escrevinhações, partilhou com os presentes a sua viagem através do livro, com o poder comunicativo que tanto a caracteriza, com uma enganadora ligeireza plena de profundidade, que sempre me faz sentir melhor pessoa do que serei…
Pelo caminho, lá foi desafiando uns e outros para trazerem ao encontro o som de outras vozes, de outros enlaces, para que a diversidade funcione como elemento enriquecedor do convívio…
… como foi o caso de Lídia Fidalgo, do CRAMOL, ali «apanhada ao virar da esquina» e instada a cantar, para nosso deleite, mesmo que não quisesse…
Pela minha parte, cumpriu-me a apresentação do livro, suprindo também a ausência circunstancialmente inevitável da nossa amiga e editora, Fernanda Frazão, da Apenas Livros, irremediavelmente ocupada noutras lides, mas presente sempre… por muitas razões e mais uma.
Como referi, então, estes Outros Poemas de Menagem estão, como se vê, repletos de gente, por dentro e por fora. Pessoas todas elas e nenhuma descartável, com quem tive ensejo, nalgum momento da minha vida, de me cruzar e que, por essa elementar ocorrência, moldaram as condições para que, também, eu fosse assim como sou.
Dir-me-ão que este é quase um lugar-comum. Será. Mas é a minha verdade.
Pessoas à maior parte das quais me ligam mais estáveis ou fugazes relações de amizade. E, por isso, eu tenho para mim que este livro é subversivo. Subversivo pelo que ele testemunha sobre este elementar e algo esquecido facto de que o homem é um animal social e que é na conjugação com os seus pares que ele cresce, melhora e se transcende.
Relembrando Manuel António Pina, assumamos, então, que «a amizade é talvez a forma mais radical de resistência».
A sala, pequena para tanta afluência, deixa-me inevitavelmente naquele limbo entre o envaidecido e orgulhoso, onde tão bem nos sabe estar.
Convém, entretanto, destacar aqui que a Junta de Freguesia de Carcavelos-Parede fez questão de oferecer este livro, situação a que contrapus a proposta aos assistentes que, assim sendo, em troca da oferta, deixassem um donativo a uma instituição da terra, no caso a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Carcavelos e São Domingos de Rana.
A sugestão foi bem aceite e de resultado… simpático. Enfim, os amigos são para as ocasiões, lá se diz.
Coube-me, de seguida, a apresentação de quem se dispôs a acompanhar-me com outras artes, neste lançamento:
Primeiro, o grupo de jograis Oeiras Verde, que já integrei, e que nos presenteou com uma mão-cheia de poemas onde foi dado a primado a uma selecção de textos bem-humorados e que colheram forte e espontâneo aplauso da sala.
Como surpresa mais «violenta» para o público – porque aqui eu devo interpretar grande parte do poema cantando… – e com o auxílio (e perdão!) de Gedeão, relembrámos a parceria que tivemos através da Silvininha, que sempre foi prato forte deste grupo.
Com Ana Patacho, Filomena Vale, Francisca Patrício, Ilda Ferreira, Magnólia Filipe e Luzia Pinto da Costa, só posso evocar, pois, a bem-aventurança de me encontrar, assim, entre mulheres!
De seguida, tivemos o trio La Farse Manouche – formado por Alcides Miranda (guitarra), Nuno Serra (guitarra) e Nuno Fernandes (contrabaixo), ao conhecimento do qual cheguei – e em boa hora – através do Nuno Serra e a quem ouço uma e outra vez sem me cansar de ouvir e sempre expectante quanto à próxima audição. Gipsy jazz, uma expressão musical que tem o condão de me deixar alegre, feliz e inspirado. Deles se aguarda, também, com ansiedade um cd, para conforto presente e memória futura.
Procurem-nos no
YouTube –
aqui e
aqui – ou no
Facebook e terão uma aproximação ao excelente momento de muito boa música que nos proporcionaram, culminando este serão que se revelou tão bem concorrido.
Um Carcavelos de honra, que caiu às mil maravilhas no goto de todos… Havendo ainda muitos para quem esta foi uma estreia no apaladar deste néctar.
É, então, em dias cinzentos e tão estranhos ao ser humano como os que vamos percorrendo, com responsabilidades partilhadas mas tão insondáveis… que talvez resida a superior arte de procurarmos dar as mãos – a que podemos chamar solidariedade, altruísmo, comunhão ou cumplicidade – e que nela resida uma porta de salvação para a Humanidade que somos.
Sei, entretanto, que é nestes caminhos da arte do encontro, de que Vinícius falava, onde mais facilmente deparo com as estradas que quero percorrer. Nos bons, nos menos bons e nos maus momentos, um amigo, a sua palavra ou a mera companhia podem gravar-nos, sem darmos sequer por isso, uma marca indelével que nos acompanhará pela vida fora.
– Fotografias e vídeos de Lourdes Calmeiro
by OrCa | Out 13, 2013 | Sem categoria |
Será, desta vez, no edifício da Junta de Freguesia de Carcavelos, a título excepcional, a nossa próxima sessão das Noites com Poemas. No próximo dia 18 de Outubro (sexta-feira), a partir das 21 horas, a sessão – que se integra nas comemorações da Freguesia – constará da apresentação do meu livro de poemas intitulado Outros Poemas de Menagem, com edição da Apenas Livros.
Sequencia o meu anterior livro de poemas – Poemas de Menagem
– nascido em 2008, e percorre os mesmos caminhos de afectos, embora com
outros enlaces, com outras caras e, daí, com amizades diversas, pois em
cinco anos de andanças muita e desvairada coisa nos pode acontecer.
Para além do empenhado apoio da Junta de Freguesia de Carcavelos,
nas pessoas dos elementos que a integram, terei a acompanhar-me a minha madrinha de escrevinhações e amiga de sempre sem itálicos, Ana Paula Guimarães. Terei também o grupo de jograis Oeiras Verde e o trio de gipsy jazz, La Farse Manouche, para todos partilharmos alguns bons momentos.
Terei, também, comigo um belíssimo naipe de amizades díspares,
diversificadas, diversas, provenientes das quatro partidas da vida, que
sempre percorremos melhor quando acompanhados. A essas amizades é este
livro dedicado.
Se quiseres e/ou puderes, junta-te ao grupo. O teu lugar, como se sabe, ninguém o ocupa.
– Capa e contracapa do livro, da autoria de Alexandre Castro,
baseado em acrílico sobre tela de Jorge Castro