Sendo este um espaço de marés, a inconstância delas reflectirá a intranquilidade do mundo.
Ficar-nos-á este imperativo de respirar o ar em grandes golfadas.
da dita direita que, aparentemente, foi quem nunca saiu do PREC…
A explosiva mistura de perplexidade raivosa, reaccionarite anquilosada aguda e fúria demencial que avassalou a direita partidária portuguesa desde as mais recentes eleições para o Parlamento é algo que só poderá considerar-se extraordinário para quem acredite ter duendes no jardim, nos milagres de Fátima, na isenção e equidistância de Aníbal Cavaco Silva, no recorrente Pai Natal ou na objectividade dos mercados.
A argumentação incessantemente ouvida, de há duas semanas a esta parte, contra as conversações entre PS, BE e CDU para a eventualidade de formação de governo, é um acervo destemperado de pesporrências, de um primarismo que não lembraria ao Diabo e uma prova razoavelmente clara de que, ideologicamente, a direita portuguesa não evoluiu nadinha desde os tempos salazarentos, tendo ficado ancorada aos «traumas» que o processo revolucionário em curso, de 1974/75, lhe terá provocado.
Ouvir referências ao estalinismo, à «fúria» anti-Nato ou, até, à evocação da Fonte Luminosa é algo que nos faz recuar cerca de quarenta anos, a um tempo sem telemóveis, nem tablets, nem facebooks, e onde as idosas da província – pobres vítimas dos 48 anos antecedentes e mais alguns para trás… – mal se distinguiam, no trajar, das mulheres muçulmanas que, hoje, tanto nos perturbam.
A PàF ganhou as eleições apenas porque somou mais votos? Óptimo. Como não há taças para distribuir nestes campeonatos, formem lá governo, pás, e deixem-se de tretas. O senhor presidente em exercício (ainda que pouco) até vos dará guarida.
Depois, no curso normal das coisas, logo se verá…
ainda não conhece Sampaio da Nóvoa?
Para aqueles que se queixam por não conhecerem Sampaio da Nóvoa ou de que este é «pouco conhecido», aqui fica um pequeno contributo para ajudar a colmatar essa alegada insuficiência.
Declaração de 08 de Outubro – fresquinha, pois:
jornal i, SIC e TVI, o mesmo combate
– asquerosidades da desinformação que temos…
O jornal i colocou, ontem, em parangonas de primeira página, a notícia falsa de que Sampaio da Nóvoa ponderava desistir das eleições.
Isto logo depois de o PS ter decidido a «liberdade de voto» (a expressão é dos jornais) aos militantes para as presidenciais, como se essa directiva fizesse algum sentido. Liberdade de votar num candidato à presidência da República? Mas isto anda mesmo tudo embriagado, não anda…? Pode haver algum partido que condicione oficialmente o voto dos seus militantes?
Porém, o que interessava era aproveitar o ensejo para promover a mistificação perversa, de golpe baixo, e fazer «depender», na opinião pública e a martelo, Sampaio da Nóvoa ao apoio do PS que o próprio, enquanto apoio institucional, repudia desde o primeiro momento em que se propôs à presidência. Apoio institucional do PS ou de qualquer outra formação partidária, diga-se.
Sou disso testemunha pessoal e presencial.
Logo a seguir, de manhã muito cedo e como ouvi na Antena Um, a candidatura de Sampaio da Nóvoa negou categoricamente aquela aldrabice soez do i.
Sampaio da Nóvoa, em entrevista de ontem mesmo, à TSF desmentiu, pessoal e peremptoriamente, aquela mesma aldrabice.
Então, porque carga de alhos é que a SIC e a TVI repetiram a aldrabice em voz alta e em prolongado rodapé, durante os noticiários da noite? Porque o candidato deles é, em exclusivo, o professor Marcelo malabarista?
Enfim, por pulhice. Por banditismo. Por desinformação deliberada. Por falta de qualquer ética jornalística. Porque a canalhice se guindou ao poder e por vivermos num Portugal feito de impunidades.
Por vezes, até percebo por que tanta malta nova queira emigrar…
A verdade é que hoje estamos (politicamente) muito melhor do que ontem…
Sim, sim, deixemo-nos de tretas marteladas até à exaustão pelos confrades da «comunicação social». Vejamos, muito objectiva e telegraficamente:
1. O PS perdeu as eleições que, porventura por razões de oportunidade conjuntural, não queria ganhar. Logo, teve uma clara vitória eleitoral.
2. A coligação – que dizem ter ganho as eleições – funcionou bem como um seguro de vida para o CDS tendo, entretanto e pelo caminho, perdido tudo o que legitimava a sua arrogância governativa.
3. O BE provou que a esperança é a última a morrer e que há, na verdade, mulheres que podem, devem e merecem governar um país como o nosso… mas de outra maneira.
4. O PCP manteve-se, como é seu apanágio, firme e hirto, até com mais um deputado, para não se acabrunharem demais as hostes.
Cavaco, no seu retiro transcendental anti-republicano, irá dar o governo a quem tem de ser, contando, como até aqui, com a Alemanha e com Bruxelas, mas com uma certeza funesta: tratar-se-á de um governo parlamentarmente hipotecado e a prazo.
A partir de hoje e até às próximas, os políticos que temos carecem de outros cuidados sempre que abrirem a boca.
Viva a República!
Notinha de rapa-pé: Com que então a abstenção desceu, hein? Mal encerrou a última urna e lá vieram os gurus de serviço elogiar o bom povo português pelo «decréscimo» da abstenção em relação a 2011… e, vai a ver-se, ela até aumentou e bem!
Em boa verdade vos digo, irmãos, que se eu mandasse o voto seria obrigatório e os faltosos sem justificação haviam de ser contemplados com uma qualquer coima, a bem da nação. Coisa a estudar cuidadosamente, claro, mas assertivamente.
Isto de se colher (sempre que possível) o melhor de cada mundo e assumir a pose enfastiada de não votar por qualquer motivo sempre manhoso é, em minha modestíssima opinião, uma falta de vergonha sem nome e apenas digno de apátridas. Aqui fica, à consideração…
apelo ao voto – Associação 25 de Abril
sugestão
Dia 3 de Outubro, sábado, pelas 17 horas, em Carcavelos,
na Sociedade Recreativa Musical de Carcavelos,
o encerramento da «campanha» de homenagem a António Feio:
E cá fica parte do meu contributo:
A propósito do poema de António Feio (Tenho dez linhas…)
dirigido a seu irmão Carlos Peres Feio
dez as linhas e não mais do que dez linhas,
nove sendo pois aquela já foi gasta
oito agora e bem mais do que as vizinhas
sete sendo em vitória de canasta
seis espreitam num enlevo de andorinhas
cinco dedos desta mão que a mim me basta
quatro irmãos entretidos nos caminhos
três destinos que se cumprem de seguida
dois já idos e outros dois entre carinhos
um amor que se quer além da vida.
– Jorge Castro
serviço público – onde votar
Depois de cada um apurar o COMO, aqui fica uma ajuda para saber o ONDE votar:







