Sim, sim, deixemo-nos de tretas marteladas até à exaustão pelos confrades da «comunicação social». Vejamos, muito objectiva e telegraficamente:
1. O PS perdeu as eleições que, porventura por razões de oportunidade conjuntural, não queria ganhar. Logo, teve uma clara vitória eleitoral.
2. A coligação – que dizem ter ganho as eleições – funcionou bem como um seguro de vida para o CDS tendo, entretanto e pelo caminho, perdido tudo o que legitimava a sua arrogância governativa.
3. O BE provou que a esperança é a última a morrer e que há, na verdade, mulheres que podem, devem e merecem governar um país como o nosso… mas de outra maneira.
4. O PCP manteve-se, como é seu apanágio, firme e hirto, até com mais um deputado, para não se acabrunharem demais as hostes.
Cavaco, no seu retiro transcendental anti-republicano, irá dar o governo a quem tem de ser, contando, como até aqui, com a Alemanha e com Bruxelas, mas com uma certeza funesta: tratar-se-á de um governo parlamentarmente hipotecado e a prazo.
A partir de hoje e até às próximas, os políticos que temos carecem de outros cuidados sempre que abrirem a boca.
Viva a República!
Notinha de rapa-pé: Com que então a abstenção desceu, hein? Mal encerrou a última urna e lá vieram os gurus de serviço elogiar o bom povo português pelo «decréscimo» da abstenção em relação a 2011… e, vai a ver-se, ela até aumentou e bem!
Em boa verdade vos digo, irmãos, que se eu mandasse o voto seria obrigatório e os faltosos sem justificação haviam de ser contemplados com uma qualquer coima, a bem da nação. Coisa a estudar cuidadosamente, claro, mas assertivamente.
Isto de se colher (sempre que possível) o melhor de cada mundo e assumir a pose enfastiada de não votar por qualquer motivo sempre manhoso é, em minha modestíssima opinião, uma falta de vergonha sem nome e apenas digno de apátridas. Aqui fica, à consideração…
Entre outras coisas que me abstenho (?!)de comentar, tenho a declarar que concordo com o voto obrigatório