Sendo este um  espaço de marés, a inconstância delas reflectirá a intranquilidade do mundo.
Ficar-nos-á este imperativo de respirar o ar em grandes golfadas.

imagine

Nos dias que vão correndo, em que se adensam velhas querelas e se dão grandes passos no sentido de um conflito mundial generalizado pelas sempiternas vontades hegemónicas de uns poucos sobre as vidas de tantos outros, sob o manto pouco diáfano das múltiplas religiões, apeteceu-me relembrar aqui o sonhador John Lennon e o seu tema «Imagine», sempre oportuno, sempre actual.

Esta tradução é de minha responsabilidade, sem especiais preocupações de retroversão poética, porque o importante é a mensagem transmitida, que é para ser entendida muito para além de ser apenas cantarolada.

Imagine não haver paraíso
Imagine there’s no heaven
É fácil se você tentar
It’s easy if you try
Nenhum inferno por baixo de nós
No hell below us
E por cima somente o céu
Above us, only sky

Imagine todas as pessoas
Imagine all the people
Vivendo para o dia de hoje
Livin’ for today

Imagine não haver países
Imagine there’s no countries
Não é difícil fazê-lo
It isn’t hard to do
Nada por que matar ou morrer
Nothing to kill or die for
E também nenhuma religião
And no religion, too

Imagine todas as pessoas
Imagine all the people
Vivendo a vida em paz
Livin’ life in peace

Você pode dizer que eu sou um sonhador
You may say I’m a dreamer
Mas eu não sou o único
But I’m not the only one
Espero que um dia se junte a nós
I hope someday you’ll join us
E o mundo será um só
And the world will be as one

Imagine não haver possessões
Imagine no possessions
Pergunto-me se será capaz
I wonder if you can
Não haver necessidade de ganância ou fome
No need for greed or hunger
Uma irmandade do homem
A brotherhood of man

Imagine todas as pessoas
Imagine all the people
Partilhando todo o mundo
Sharing all the world

Você pode dizer que eu sou um sonhador
You may say I’m a dreamer
Mas eu não sou o único
But I’m not the only one
Espero que um dia se junte a nós
I hope someday you’ll join us
E o mundo viverá como um só
And the world will live as one

Enfim, será mesmo assim tão difícil de imaginar…?

crónicas de um reformado já muito para lá de um ataque de nervos (II)

Crónica 5

Magnífica a avenida, a caminho da praia. As árvores, frondosas, dão-lhe sombra e beleza no Verão e uma nostalgia estética no Inverno.

Os passeios, largos como é raro ver-se, já serviram para construir, de um dos lados, uma ciclovia de duas pistas por onde circulam os peões. No lado oposto, no passeio destinado aos peões, circulam as bicicletas, as trotinetas e, ocasionalmente, alguns peões.

Esta obsessão por prevaricar é um fenómeno que registo sempre com perplexidade misturada com um certo enlevo.

Ah, o quanto eu daria para poder circular, naquela avenida, a caminho da praia, preferencialmente de tanga e saltando de galho em galho, atordoando os ares com um sonoro ohuhouhohuooo….

Crónica 6

Já sei que esta minha divagação não vai ser nada popular mas, enfim, opiniões são opiniões e, tal como algumas maleitas, cada qual tem as suas e pronto.

Vem isto a propósito daquela coisa antiga, que nos preocupava tanto, enquanto jovens, e que se chamava coerência.

A rapaziada que anda, por aí, muito preocupada com a crise climática e esvazia pneus e borra quadros e pinta ministros nunca terá nada a dizer perante os descomunais navios de cruzeiro, as inúmeras e constantes competições motorizadas, os festivais aéreos e terrestres, a movimentação alucinada de turistas pelo mundo fora, etc., etc., etc.?

Eu sei que estas coisas não são nada populares, como digo acima, e beliscam interesses temíveis, mas metem-se de tal maneira pelos olhos dentro que a omissão dos supostos rebeldes acaba por se tornar demasiado suspeita, quando não óbvia.

Aqui fica, à consideração de espíritos mais lúcidos, combativos e mais coerentes.

Crónica 7

Montenegro propõe que o problema dos seis anos roubados aos professores seja resolvido nos próximos cinco anos.

Está bem… Como foi o PSD que retirou indevidamente aquele tempo aos professores, este rebate de consciência não lhe cai mal. Só se percebe mal que algo que foi retirado de um dia para o outro e violando contratos sociais, demore agora tanto tempo a ser reposto.

E quem diz aos professores, dirá também aos… e aos… e, ainda, aos…

Crónica 8

Não percebo. Cobrar uma taxa, na restauração, por um prato partilhado?

Não seria mais transparente criar, por exemplo, meia dose ou, até, um quarto de dose, com os respectivos preços, anunciados nas respectivas ementas?

Estamos a reinventar a roda?

Este gente é muito complicadinha…

crónicas de um reformado já muito para lá de um ataque de nervos (I)

Crónica 1

Novidade importante para quem esteja em condições de fazer meninos: se o fizerem por estes dias irão ter a licença parental a tempo de assistirem ao mundial de futebol, em casa.

Isto acabei eu de apurar num anúncio que está a passar nas televisões.

Claro que, acabado o mundial, as crianças-pretexto poderão ser descartadas. Não sei se já estão previstos e contemplados saquinhos autárquicos para o efeito…

Depois, queixamo-nos da ausência de valores na sociedade…

Crónica 2

Um concerto divulgado por uma câmara municipal. Tentativa de reserva de lugares para esse concerto através de número indicado pela mesma câmara. – Ah, não… para esse concerto terá de ligar para o 1820. – Muito obrigado. – Está, sim? Olhe, eu queria reservar bilhetes para o espectáculo x, que ocorrerá em tal sítio, no dia assim-assado. – Ah, pois, mas nós não temos esse concerto comercializado nos nossos serviços. Terá de enviar uma mensagem para o email tal-e-coiso@xpto.com. – Muito obrigado. Assim farei…

De súbito, trás-catrapás! A chamada que acabou de fazer vai custar-lhe este mundo e o outro, porque esse recurso não faz parte do seu pacote.

Eu sempre digo que, estas coisas, quando envolvem pacotes, não são de fiar…

Crónica 3

Cidadão atento, idoso e cuidadoso, decidi aderir, desde a primeira hora e tendo em vista a minha qualidade de vida, ao anunciado programa de vacinação em curso.

Dirigi-me à farmácia mais próxima e informei a simpática jovem que me acolheu que pretendia inscrever-me para a vacina contra o aumento do preço da energia e dos combustíveis.

A jovem, depois de estar a olhar fixamente para mim durante cerca de dois minutos, informou-me de que essas vacinas estão, ainda, atrasadas mas eu que estivesse tranquilo pois ela iria ligar para uma tal von der Leyen – que deve ser a dona da farmácia… – e que me informaria logo que tivesse notícias.

Isto, sim, é um bom serviço público. Agradeci, encarecidamente, à simpática jovem e regressei a casa, feliz por ter nascido.

Crónica 4

Passeando-me, amiúde, por uma praia de belo areal (com incidência no IMI) e deparando com grande profusão de almas nobres que levam os seus animais de estimação – leia-se cãezinhos, canzarrões e vira-latas – a tomar o seu solzinho bronzeador e consequente mergulho nas salsas ondas (estou a referir-me aos animais, claro, que para os donos a água tem andado um bocado fria), apesar dos letreiros que nos avisam – pelos vistos não a todos mas só a alguns – que tal benfeitoria é proibida, dei por mim a pensar porque não seguir tão belo exemplo e facultar aos meus protegidos tal benesse.

Isto porque ou prevaricamos todos ou haja moralidade… e os meus bichinhos têm, tal como eu, iguais direitos em relação aos demais.

Com a minha gata, fora de hipótese. Demasiado senhora do seu focinho, declarou guerra a qualquer trela, quase morrendo enforcada na nespereira, para a qual fugiu espavorida, quando lhe coloquei tal adereço, rapidamente se enleando na galharia onde ficou pendurada…

Mas já a vaca Aldegundes me pareceu uma boa alternativa. Animal pachorrento, cordato e cordial, tirando uma ou outra satisfação de necessidades em público, nunca me deu razões de queixa comportamentais.

À cautela e antes de me meter à aventura, avisei alguns amigos com quem tenho trocado impressões sobre esta matéria, em busca de alguma solidariedade para esta minha decisão.

E foi assim que a referida praia de súbito se engrandeceu.

A Aldegundes desunha-se pelo passeio na rebentação, imagino que seja pela salsa massagem recebida nos fartos úberes que lhe dá aquele ar de vaca feliz, tão procurado por políticos e afins. Mal chegamos ao areal e ala que se faz tarde!, sai em correria desarvorada, comigo a reboque, pelo mar adentro.

Agora o que vocês não imaginam é que deparei com o Toríbio que não fez a coisa por menos: passeia com o Reco-Reco, o seu porco de estimação, a quem ensinou a andar de bicicleta e ei-los, ambos, no alto do paredão, a acenar aos amigos, enquanto fazem uma gincana pelo meio dos passantes, para grande gáudio dos mesmos, mesmo os atropelados.

Já o Asdrúbal se compraz, com o seu cágado Aparício, a surfar as esplêndidas ondas que as recentes marés vivas têm proporcionado. E não é que, desde que decidiu trazer o Aparício, o Asdrúbal, orientado pelo bichinho, já consegue fazer uns tubos dignos de causar inveja a qualquer McNamara de trazer por casa?

A Dulcineia, que andava angustiadíssima pela ausência reiterada de espectáculos, resolveu trazer as suas pulgas amestradas que, mal chegadas ao areal e em presença de tanto canídeo disponível, têm feito piqueniques a perder de vista, em verdadeiras transfusões de sangue a céu aberto.

Estou a pensar contactar o Vitorino no sentido de ele nos trazer a sua burricada até ao dourado areal… e aí é que vai ser! Ainda organizamos um desfile! E, se calhar, enchemo-nos todos de moscas, que o tempo a isso está favorável.

Meus amigos, tenhamos presente que, em boa verdade, a praia é de todos… Enfim, excepto ali para os lados de Tróia onde, pelo menos, em certos locais, parece que é só de alguns.

exercício em defesa da escultura «Amores de Camilo» de Francisco Simões e contra os moralistas de outras eras

Em 2012, a Câmara do Porto aceitou a doação da estátua “Amores de Camilo”. Essa doação foi aprovada pelo Executivo Municipal, motivo que impede que seja retirada (felizmente…).

«que terão eles visto na estátua que eu não vi nem viste tu?
perturba-os a senhora nua ou o Camilo não estar nu?»
– isto vai dizendo o Eça à Verdade que ele enlaça…

ah houvera quem vos dera no vosso alvar frontispício
mesmo em retórico exercício
senhores donos do pudor
com um bronze ou um granito que vos esculpisse algum grito
sem vos causar mal maior
mas recentrando a esfera da cabeça… se a tivéreis

não sabeis vós que a nudez afinal foi quem vos fez?
ou será que a vossa afronta vem de algo de pouca monta
que sem força não ergueis
– falo eu do argumentário
que de frustre e passadista
mais soa a reaccionário com presunção moralista

«olhai bem para o que eu digo
não cuideis de quanto eu faço»
diz o abade ao abrigo de seus filhos no regaço…
não sejais tais sacripantas
sacristas ou até eunucos
tudo em redor conspurcando com seus aleivosos mucos

não frequentais vós as praias
oh cruzados da moral?
não vos perturbam as belas com tanto fio dental?
que mostra mais do que esconde
quanto na mulher avonde
e é de si primordial?

deixai-vos lá dessas tretas
ou armados em ascetas
proibireis o areal?

– até o mar que as banha
havia de vos querer mal!

  • Jorge Castro
    17 de Setembro de 2023

ainda com Natália Correia…

Para memória futura, a nossa evocação/homenagem a Natália Correia, na Biblioteca Municipal de São Domingos de Rana (a quem se agradece o convite e a disponibilização das instalações), sessão que correu muito bem, sim, senhores, e que teve uma casa completamente cheia!

Apresentação de Irene Cardona

Canções por João Paulo Oliveira

Poemas por Jorge Castro

e a presença constante de Natália Correia.

  • Fotografias de Lourdes Calmeiro e de Carlos Ricardo.

nos 100 anos de Natália Correia

No dia em que se celebram os 100 anos do nascimento de Natália Correia quero aqui destacar dois aspectos que considero primordiais na sua vida e na sua obra: o inconformismo militante e a irreverência permanente.

Natália diz-nos, também, que o poeta deve ter uma intervenção política e, se olharmos atentamente, não foram raros os casos entre a plêiade de excelentes poetas portugueses do nosso século XX cuja intervenção na «res publica» foi o pilar maior do seu destaque, a par da sua mestria, e por isso se mantêm como referências duradouras.

Natália, seguramente, mas também Pessoa, O’Neill, Gomes Ferreira, Aleixo, Saramago, Mourão-Ferreira, Ary, até Cesário, entre tantos outros mais.

Pensemos, pois, nisso e que extraia cada um as suas ilacções.

E como, por vezes, ser ibérico não será pecado, Gabriel Celaya, cantado por Paco Ibañez, já nos dizia:

«(…) Maldigo la poesía concebida como un lujo

cultural por los neutrales

que, lavándose las manos, se desentienden y evaden(…)»

Não é necessária tradução, pois não?

de novo em passeio pela Terra de Miranda do Douro – II

Miranda do Douro (6)

Apesar das dificuldades da chamada «interioridade», a cidade, mormente no seu núcleo histórico, tem tido artes de se modernizar oferecendo aos locais e aos visitantes o conforto que o século XXI nos pode proporcionar.

Mesmo correndo o risco da polémica por eventual favorecimento, deixo-vos com uma imagem do interior do restaurante da Balbina, ponto de paragem para mim obrigatório, de há longos anos, e de onde saio sempre satisfeito.

A avó Balbina faleceu mas o seu neto João agarrou o testemunho e não deixou créditos por mãos alheias. Mantendo-se o exterior inalterado, o interior é outra conversa.

Não me «castiguem» por não referir outros espaços de restauração que ombreiam, também em qualidade gastronómica, com o que refiro. E são vários. Mas nem isto é uma agência de publicidade, nem o espaço e o tempo são ilimitados. De outros se falará a seu tempo.

Miranda do Douro (7)

Lá está… depois de uma alheira de Miranda, grelhada à lareira e acompanhada por uma simples mas primordial e fresquíssima salada, com o bom sabor dos velhos tempos, eis que dá entrada um cordeiro churro (canhono mirandês) que nos redime de quantos pecados carreguemos…

Aqui fica o brinde, à vossa saúde. E seguindo os ditames de Camões, «melhor é experimentá-lo que julgá-lo; mas julgue-o quem não pode experimentá-lo».

Miranda do Douro (8)

Nada como um passeio nocturno, para desmoer…

Miranda do Douro (9)

Pormenor do interior da concatedral.

Miranda do Douro (10)

Dir-se-ia que, entre o sagrado e o profano, venha o Demo e escolha. Assim sendo, para o bem e para o mal, há outros «ex-libris» que marcam presença em Miranda.

Deste, com interpretações várias, um dos cachorros da casa na Rua da Costanilha, todas elas serão danadas para a brincadeira… mas que lá estão, lá estão!

na Biblioteca Municipal de São Domingos de Rana,
com Natália Correia – convite

No próximo dia 13 de Setembro, a partir das 18h30, Irene Cardona, João Paulo Oliveira e eu, com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, estaremos na Biblioteca Municipal de São Domingos de Rana, em homenagem a Natália Correia.

Como sempre, a sua presença será imprescindível.

https://360.cascais.pt/pt/agenda/natalia-correia-100-anos?id=2612.

de novo em passeio pela Terra de Miranda do Douro – I

Alguns terão adivinhado. Fui até à Terra de Miranda do Douro, lá por onde me criei, ainda que não seja o local de nascimento, mas onde pude encontrar berço de afectos.

Com alguma regularidade, os antigos alunos do Externato de São José (Miranda do Douro) promovem um encontro/convívio em que participo sempre que posso, esbatendo saudades e tentando colocar em dia a premência dos tais afectos.

Irei, pois, em homenagem à terra e suas gentes, colocando por aqui alguns «bonecos» que obtive nesta recente deslocação.

Também porque a Terra de Miranda permanece desconhecida de boa parte dos portugueses, sempre com a invocação de que «fica lá tão longe…» mas, seguramente, bem mais perto do que Barcelona ou Veneza, etc., etc.

E, afinal, há tantas razões que justificam a viagem…

Miranda do Douro (1) – Praça D. João III

Miranda do Douro (2) – Vista parcial da albufeira da barragem da central hidro-eléctrica.

Se valesse a ironia, dir-se-ia que, à esquerda, Espanha; à direita, Portugal; e, no centro, a França. Uma prova de quão néscios (ou pior…) podem ser os homens quando os interesses económicos falam mais alto do que tudo.

Miranda do Douro (3) – As arribas do Douro vistas da cidade de Miranda.

Já fizesteis o passeio fluvial entre barragens? Aceitai uma sugestão: não vos deixeis morrer sem o fazer.

(É verdade, a segunda pessoa do plural ainda é, por lá, muito utilizada, mesmo «an pertués»)

Miranda do Douro (4)

A fachada principal da concatedral – sabem o porquê desta designação? O senhor google dará uma ajuda.

Miranda do Douro (5)

O Menino Jesus da Cartolinha, verdadeiro ex-libris da cidade, a quem um bom amigo que também por lá andou, João Pequito, encontrou grandíssimas parecenças faciais com Mário Viegas, na sua juventude.

Mário Viegas que, nos idos de 60 e com os seus catorze anos, ia por lá, passar férias e, já então, a desinquietar-nos com o bichinho do teatro, escreveu uma peça e a levou à cena, tendo a meninada como elenco. E nunca se terão visto tantos príncipes e reis e rainhas por terras de Miranda…

o azar do poema

ao costurar dois conceitos
cuidei ter feito um poema
eram meros preconceitos
preceitos para uma cena
de teatro de fantoches
ou até de marionetas
onde por mais que deboches
assim nascem os poetas

dois conceitos saturados
do sal que a vida nos traz
em contraluz ofuscados
com sol batendo por trás
como quem tange a rebate
um sino que não está lá
por electrónica que farte
do tanto que ela nos dá

um poema incontinente
de mil pés ambulacrário
a correr de trás para a frente
e sempre em modo contrário
quem o ouviu poema o disse
quem o sentiu mais choroso
chamou poema-chatice
ao tal poema manhoso.

  • Jorge Castro
    24 de Julho de 2023
Todas as coisas têm o seu mistério
e a poesia
é o mistério de todas as coisas
– Federico García Lorca

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