De uma imagem por mim obtida no primeiro de Maio livre, em 1974, para o Soneto do Trabalho, de José Carlos Ary dos Santos:
SONETO DO TRABALHO
Das prensas dos martelos das bigornas
das foices dos arados das charruas
das alfaias dos cascos das dornas
é que nasce a canção que anda nas ruas.
Um povo não é livre em águas mornas
não se abre a liberdade com gazuas
à força do teu braço é que transformas
as fábricas e as terras que são tuas
Abre os olhos e vê. Sê vigilante
a reacção não passará diante
do teu punho fechado contra o medo.
Levanta-te meu povo. Não é tarde.
Agora é que o mar canta é que o sol arde
pois quando o povo acorda é sempre cedo.
Poema datado? Pois é. Nesta data comemora-se o Dia do Trabalhador! Porque é que não havia de ser um poema datado?